Fernando Perez: 'Cultura organizacional mais humanizada garantiu um clima positivo e uma maior integração'

Incorporadora tem retomada na lucratividade, que segundo o presidente, está ligada a implementação de ações na área de gestão de pessoas.

Fernando-Perez-CEO4Fernando Tadeu Perez, CEO Tecnisa. (Foto: Divulgação)

Fatores como a crescente demanda por espaço para moradia e o aumento da urbanização como resultado da migração em busca de melhores comodidades devem favorecer o crescimento do setor imobiliário em todo o mundo, assim o mercado poderá valer 5,85 trilhões de dólares até 2030. Essa informação consta no relatório da Research and Markets, que contou com a participação de algumas grandes empresas imobiliárias mundiais, como a Brookfield Asset Management, a Prologis e a Coldwell Banker.

A rápida expansão econômica em países em desenvolvimento aumentou os níveis de rendimento e favoreceu o setor imobiliário, exigindo que as diversas empresas do setor investissem na modernização de sua gestão. A Tecnisa, por exemplo, divulgou recentemente seu balanço do primeiro trimestre de 2023, com números positivos que marcam a retomada da lucratividade. A incorporadora reportou lucro líquido de R$ 4 milhões contra um prejuízo de R$ 7 milhões no mesmo período do ano passado e receita líquida de R$ 140 milhões – aumento de 194% na comparação com o primeiro trimestre de 2022.

Perspectiva

Na visão do presidente da companhia, Fernando Tadeu Perez, o bom desempenho de vendas dos empreendimentos lançados no ano passado e
a revirada nos resultados financeiros é consequência da implementação de uma série de ações na área de gestão de pessoas.

“Para reverter o cenário de prejuízo, precisamos tomar diversas medidas impopulares, como cortes consideráveis de custos em várias áreas e a volta ao regime 100% presencial, entre outras. Mas a condução de uma cultura organizacional mais humanizada garantiu um clima positivo e uma maior integração entre as várias áreas da empresa, resultando em uma motivação e união dos colaboradores, que foi essencial para deixarmos os números negativos no passado”, pontua Perez.

O presidente assumiu o comando da Tecnisa em novembro de 2021 e trouxe na bagagem uma carreira construída nas áreas de RH e pessoas em grandes empresas, como Ford, Volkswagen e Itaú. Com esta experiência, chegou decidido a fazer o turn around da Tecnisa, focando totalmente na edificação de uma nova cultura organizacional, sustentada pelo diálogo próximo com os colaboradores e na implementação de benefícios, desde o canteiro de obras até as diretorias.

Chegada

Neste cenário, novas empresas despontam como um símbolo da renovação do mercado. Líder nos EUA, a incorporadora e gestora imobiliária global Greystar chega ao Brasil já com oito projetos em andamento na capital paulista, sendo um deles lançado em junho deste ano, o Ayra Pinheiros, voltado ao público de alto padrão.

Ao todo, o aporte de recursos em todos estes empreendimentos supera os R$ 1,7 bilhão, com a participação de players reconhecidos no mercado nacional, como a Cyrela e a SKR. Com a operação de mais de US$ 250 bilhões no setor imobiliário e a gestão de US$ 62 bilhões de ativos, o modelo de atuação da companhia vai seguir um padrão bem difundido nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.

Ele consiste na construção ou arrendamento de imóveis voltados exclusivamente à locação, com contratos de médio e longo prazo (entre 3 e 18 meses). O Brasil é o segundo país em que a companhia abre suas operações na América do Sul, depois de ingressar pelo Chile.

“Nosso objetivo é chegarmos a 10 mil apartamentos sob gestão no Brasil, um volume que atingimos em outros mercados. Os nossos projetos já somam 1,9 mil apartamentos em operação em um futuro próximo. Além disso, estamos analisando captar novos empreendimentos de terceiros”, reforça o diretor de Investimentos e Desenvolvimento da Greystar, Kim Diego Azevedo.

Terra de gigantes

Quando pensamos no mercado de construção, nomes de grandes incorporadoras já vêm à cabeça. No entanto, existe um mercado de construção que muitas pessoas não conhecem, com incorporadoras discretas, porém bilionárias, com entregas constantes de empreendimentos em determinadas regiões do país. A EPH Incorporadora, empresa focada no segmento econômico e especializada em produtos que atendem as demandas do programa do Governo Federal “Minha Casa, Minha Vida”, já entregou mais de 1.000 unidades habitacionais. Além disso, os lançamentos previstos para os próximos dois anos já somam mais de 10 mil unidades e VGV previsto de 3 bilhões de reais. “A EPH é uma empresa bilionária, porém pouco conhecida.

O foco está nas regiões com boa velocidade de vendas, muito adensadas e com alta demanda. Por exemplo, já temos três lançamentos milionários previstos para o fim do ano e outros para 2024.Um deles é no bairro do Grajaú, em São Paulo, e o outro é o Mirante de Barueri, com VGV Previsto de R$ 1,2 bilhão, onde vamos praticamente construir um bairro planejado, gerar milhares de empregos e fomentar a economia local”, destaca Valdomiro Garrah, diretor de vendas de um dos braços imobiliários da EPH Incorporadora.