Empresas brasileiras fortalecem atuação nos EUA em busca de novas frentes de captação de investimentos e parcerias com foco na inovação
Empresas brasileiras vêm intensificando sua presença no mercado americano, seja por meio de aquisições, abertura de filiais, parcerias ou exposição no mercado financeiro.
Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, aposta na expansão dos negócios da empresa nos EUA. (Foto: Divulgação)
Os Estados Unidos são historicamente os maiores investidores estrangeiros no Brasil. Gigantes como Amazon, Microsoft, Coca-Cola, Ford, General Electric e Pfizer mantêm operações relevantes no país. Do outro lado da equação, várias empresas brasileiras vêm intensificando sua presença no mercado americano, seja por meio de aquisições, abertura de filiais, parcerias ou exposição no mercado financeiro.
Neste ambiente empresarial mais otimista, a JBS, uma das companhias brasileiras de maior sucesso nos EUA, acaba de concluir o registro de sua operação junto à SEC (Securities and Exchange Commission), reguladora do mercado de capitais dos Estados Unidos. A empresa avança agora para a etapa final de seu ambicioso plano de dupla listagem, que permitirá a negociação simultânea de suas ações na Bolsa de Nova York (NYSE) e na B3, no Brasil.
A listagem na NYSE, considerada uma das mais prestigiadas do mundo, é parte da estratégia de posicionamento global da companhia, que já atua em mais de 20 países e tem forte presença nos mercados americano, europeu e asiático. Com a listagem dupla, a JBS espera atrair grandes fundos internacionais e ampliar sua capacidade de captação de recursos para investir em inovação, sustentabilidade e crescimento orgânico.
“Acreditamos que essa operação vai aumentar nossa visibilidade no cenário internacional, atrair novos investidores e fortalecer ainda mais nossa posição como líder global de alimentos”, afirma Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS.
Parceria pelo Futuro
A Suzano, maior produtora mundial de celulose, anunciou recentemente um aporte de US$ 13,5 milhões para a Doerr School of Sustainability da Universidade de Stanford, na Califórnia, como parte de sua iniciativa de legado, que prevê até US$ 100 milhões em doações para universidades e organizações dedicadas à sustentabilidade. O investimento apoiará pesquisas relacionadas ao Brasil e temas como conservação da biodiversidade e mudanças climáticas.
O acordo inclui a criação de uma cadeira de professor titular permanente e seis bolsas de estudo vitalícias para pós-graduação, com foco em estudantes interessados ou experientes no Brasil. De acordo com o CEO da Suzano, Beto Abreu, a iniciativa reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade e o desenvolvimento de líderes preparados para enfrentar os desafios ambientais.
“Na Suzano, sabemos que nosso negócio depende da natureza e é por isso que a sustentabilidade é tão fundamental para a nossa estratégia de negócio. Nossa iniciativa foi idealizada para ajudar a desenvolver a próxima geração de especialistas e líderes de que o mundo precisa, capacitando-os com o conhecimento e as habilidades necessárias para proteger nosso planeta”, destacou.
O reitor da Stanford Doerr School of Sustainability, Arun Majumdar, também ressaltou a importância da parceria com a Suzano: “Estamos trabalhando para enfrentar alguns dos mais urgentes desafios globais de sustentabilidade dos nossos tempos e ficamos muito satisfeitos em receber o apoio da Suzano”.
Por mais equilíbrio nas Relações Bilaterais
Com o início de uma nova administração nos Estados Unidos, o impacto das políticas econômicas norte-americanas se tornou o principal ponto de atenção no cenário externo para a economia brasileira. É o que mostra a Pesquisa Plano de Voo 2025, realizada pela Amcham Brasil, com 775 respondentes de empresas de todo o Brasil.
Segundo o levantamento, 60% dos empresários defendem uma postura proativa do Brasil para ampliar o diálogo e fortalecer as relações econômicas com os Estados Unidos. Outros 31% sugerem uma abordagem mais moderada, mantendo a cooperação, mas evitando protagonismo excessivo.
“O desenvolvimento de uma relação construtiva e equilibrada com os Estados Unidos é vital para preservar os interesses de uma relação que movimenta um comércio de bens e serviços de mais de US$ 100 bilhões por ano”, avalia Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil.