Maurício Rodrigues, Bayer: 'Temos o desafio de pensar em soluções que permitam aos agricultores produzirem mais, em um mesmo hectare’
Executivo destaca as principais ações e iniciativas da empresa na promoção do ESG, principalmente no âmbito ambiental.
Maurício Rodrigues, presidente da Bayer Crop Science para a América Latina. (Foto: Divulgação)
Maurício Rodrigues, presidente da Bayer Crop Science para a América Latina, analisa o papel do agro para a mitigação das mudanças climáticas a liderança da região da América Latina para a divisão agrícola da Bayer, Maurício Rodrigues acumula mais de duas décadas de experiência, principalmente no segmento do agronegócio e em ações de desenvolvimento mais sustentável ao setor. O executivo já trabalhou para outras companhias como Banco BBA e Monsanto. Na Bayer, onde integra a equipe executiva, carrega resultados significativos tanto internamente quanto no atendimento às necessidades dos clientes. Nesta entrevista, Maurício Rodrigues destaca as principais ações e iniciativas da empresa na promoção do ESG, principalmente no âmbito ambiental.
Quais os principais desafios do agro neste momento no que tange processos de inovação, sustentabilidade e aumento de produtividade?
O setor agro enfrenta inúmeros desafios por se tratar de uma indústria a céu aberto. Vale lembrar que o mundo enfrenta uma crise climática que afeta diretamente o campo. Nesse cenário, temos o desafio de pensar em soluções que permitam aos agricultores produzirem mais, em um mesmo hectare. Nossas prioridades na área de Pesquisa & Desenvolvimento são impulsionadas justamente pelas necessidades dos agricultores em termos de soluções integradas e eficazes, que os ajudem a combater as ameaças aos cultivos e a maximizar a produtividade, ao mesmo tempo que reduzem o impacto ambiental e regeneram a saúde do solo.
A colaboração científica com diferentes parceiros, a segurança jurídica existente no país que permite a realização dos investimentos em P&D e a cocriação com acadêmicos, instituições de pesquisa e toda a cadeia, têm sido fundamentais para posicionar o Brasil na vanguarda da adoção de novas tecnologias no campo.
Como as mudanças climáticas têm impactado o negócio da Bayer e suas projeções e perspectivas de investimento e crescimento?
A Bayer participa ativamente dos debates e discussões que visam encontrar maneiras de mitigar as mudanças climáticas e seus efeitos. O setor agropecuário já atua de maneira
significativa ao tentar buscar soluções que se adaptem a essas instabilidades, baseados em soluções oriundas da própria natureza. Um bom exemplo disso é a parceria que a Bayer firmou com o Woodwell Climate Research e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), para entendermos de forma mais profunda a relação entre a agricultura e a preservação da vegetação natural dos biomas do Cerrado e da Amazônia.
Também construímos, junto aos nossos parceiros no programa PRO Carbono, bases científicas para mensurar o impacto da intensificação de boas práticas agrícolas nas fazendas e o que temos visto é que isso traz ganhos mútuos, o que permitirá colocar o agro entre os elementos centrais do combate à crise climática, endereçando o desafio de descarbonização da cadeia. Buscamos também reforçar entre os agricultores a importância da agricultura regenerativa, com foco em sempre produzir mais com menos, enquanto restauram mais o meio ambiente.
No âmbito do ESG, quais são as metas e resultados da empresa?
A Bayer no Brasil tem passado, nos últimos anos, por muitas transformações com o objetivo de endereçar os desafios socioambientais do nosso tempo, incluindo mudanças climáticas, limitação de recursos naturais e crescimento da população. A evolução em saúde e agricultura é cada vez mais essencial para o futuro da sociedade. Vemos a agenda ESG como parte integrante da estratégia de negócio. Todas as nossas metas para 2030 estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o Acordo Climático de Paris. Dentre as iniciativas que mantemos, podemos citar a Bayer ForwardFarming, que demonstra e promove a agricultura regenerativa na prática em fazendas operacionais, tornando-as referência no tema. O projeto serve como uma vitrine de boas práticas para a transformação do setor e demonstra as mudanças agrícolas, sociais e ambientais necessárias para enfrentar os desafios sociais agrícolas de hoje e do futuro. Atualmente, 29 fazendas como essas, espalhadas em 14 países, integram a iniciativa. Outro exemplo são os resultados que temos alcançado dentro do PRO Carbono. Hoje temos mais de 1.900 agricultores parceiros do programa espalhados por 16 estados do Brasil. Os benefícios estimados através da adoção das práticas de agricultura regenerativa, são de ganho médio de mais de 11% de produtividade e 16% de sequestro de carbono.