Cresce intenção de investimento em rodovias e infraestrutura social, revela estudo da EY

Setor de saneamento básico mantém a liderança entre aqueles que mais receberão investimentos nos próximos três anos, de acordo com empresários e especialistas do setor de infraestrutura.

cloudy-roadSetor de saneamento básico mantém a liderança entre aqueles que mais receberão investimentos nos próximos três anos, de acordo com empresários e especialistas do setor de infraestrutura. (Foto: Freepik)

O aumento da intenção de investimento em rodovias e infraestrutura social nos próximos três anos está entre os destaques da nova edição do Barômetro da Infraestrutura, estudo realizado pela EY em parceria com a ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base). No total, foram obtidas 353 respostas, de empresários e especialistas do setor, entre 22 de outubro e 11 de novembro do ano passado. A perspectiva de investir em rodovias saiu de 32,4% na edição anterior do levantamento, referente ao primeiro semestre de 2024, para 35,4% no estudo mais recente feito no segundo semestre do mesmo ano. Já infraestrutura social não figurava nem mesmo entre os seis principais setores para receber investimentos, passando a aparecer na nova edição com 23,5% das respostas (na sexta posição).

O setor de saneamento básico mantém, de forma consistente, a liderança desse ranking. Em comparação com as pesquisas anteriores, houve, no entanto, leve queda no percentual das intenções de investimento tanto nesse setor como no de energia elétrica, o que pode ser justificado pelo aumento das intenções de investimento nos setores de rodovias, terceiro colocado na nova edição da pesquisa, e de infraestrutura social, que não aparecia entre os mais bem posicionados desde a edição do primeiro semestre de 2023. Já são cinco edições consecutivas do Barômetro com saneamento, energia elétrica e rodovias entre os três primeiros colocados na intenção de investimentos.

Ainda segundo o estudo, quase dois terços dos entrevistados (64,6%) acreditam que o volume de investimento público em infraestrutura é inadequado e deveria ser maior, com foco em projetos que não têm atratividade para o mercado. Já para 27,7%, o investimento público em infraestrutura é inadequado por ser excessivo, com impactos no equilíbrio fiscal. Apenas 4,4% dos entrevistados compreendem que o patamar atual está adequado.

Potencial de concessões e PPPs

Pela quinta vez consecutiva, a expectativa do mercado sobre o potencial de concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas) nos níveis estaduais é superior à do governo federal, o que demonstra uma consolidação da percepção de que as agendas estaduais para concessões e PPPs são mais efetivas se comparadas com as dos outros entes federativos.

Entre os desafios existentes para estruturação de novos investimentos no setor de infraestrutura estão a inibição ocasionada pelas altas taxas de juros (69,9% das respostas), seguida pela insegurança jurídico-regulatória (62%) e pela ausência de mecanismos de financiamento aderentes à realidade do setor (50,2%). Também aparecem como obstáculos ao aprimoramento dos investimentos a insuficiência de entidades estruturadoras em atender às demandas de infraestrutura do país (41,3%) e a necessidade de maior participação dos bancos de desenvolvimento no financiamento (31,3%).