Investimento em infraestrutura deve registrar no Brasil o maior valor desde 2014

A expectativa é de alta de 15,30% em termos reais na comparação com 2023, alcançando R$ 259,3 bilhões, de acordo com o estudo Barômetro da Infraestrutura.

man-electrical-technician-working-switchboard-with-fuses-uses-tabletA expectativa é de alta de 15,30% em termos reais na comparação com 2023, alcançando R$ 259,3 bilhões, de acordo com o estudo Barômetro da Infraestrutura. (Foto: Freepik)

Os investimentos em infraestrutura, em 2024, cresceram 15,30% em termos reais em relação a 2023, considerando os setores de logística/transporte, telecomunicações, energia e saneamento básico. Em número expresso, a perspectiva é que esse valor tenha alcançado R$ 259,3 bilhões, o maior desde 2014. Os números estão entre os destaques da última edição do Barômetro da Infraestrutura, estudo realizado pela EY em parceria com a ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base), que entrevistou empresários e especialistas do setor. No total, foram obtidas 353 respostas entre 22 de outubro e 11 de novembro do ano passado.

Além do crescimento de cerca de 13% dos investimentos privados no ano de 2023, contribuiu para esse bom desempenho o aumento de aproximadamente 50% dos investimentos públicos, que atingiram R$ 52,3 bilhões, o melhor resultado desde 2017. Esse desempenho se deu em um contexto repleto de desafios, com destaque, de acordo com os executivos ouvidos, para o ciclo de juros elevados, que persiste nas economias mundiais, e a intensificação dos conflitos geopolíticos, que potencializa as incertezas.

Nesse cenário, a persistência de pressões inflacionárias incidentes sobre as economias desenvolvidas tende a estabilizar suas respectivas taxas de juros em patamares mais elevados. Essa política monetária restritiva impacta as economias emergentes, resultando em maior dificuldade para aquisição de crédito por meio de financiamentos externos. No entanto, as expectativas no médio a longo prazo para os investimentos em infraestrutura são beneficiadas, na avaliação do estudo, por uma maior articulação entre o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o PPI (Programa de Parceria de Investimentos) e o PPA (Plano Plurianual) 2024-27 do governo federal e os entes subnacionais.

Previsão de novos investimentos

Também por causa dessa articulação, o estudo identificou um cenário favorável para a promoção de investimentos nos próximos seis meses, apontada por 52,9% dos respondentes, seguindo trajetória já identificada na pesquisa anterior. O resultado obtido desta vez, aliás, foi o mais positivo das 12 edições do Barômetro, estando mais de 12 pontos percentuais acima da média histórica do período, de 40,66%.

Quando questionados sobre o grau de concretização das expectativas em relação ao cenário para a promoção de investimentos nos últimos seis meses, a percepção predominante (49,3%) é que essas expectativas foram parcialmente alcançadas, assim como nas últimas três edições. No levantamento anterior, 7,1% das respostas indicavam a concretização total das expectativas, enquanto agora esse número subiu para 7,4%.

Em relação ao crescimento da economia como um todo nos próximos seis meses, houve queda de quase cinco pontos percentuais na visão otimista – de 36,4% para 31,7%. Ao mesmo tempo, a visão pessimista em relação ao desempenho da economia também caiu – de 20,6% para 18,7%.