Instituto CCR investe R$ 4,8 milhões para levar cultura a milhares de clientes na Linha 4-Amarela
Projeto Centenários já impactou mais de 304 mil pessoas com exposições que conectam passado e presente da arte brasileira.
Exposição de Candido Portinari localizada na Estação Higienópolis-Mackenzie (Foto: Luciano Avanço/Instituto CCR)
Com investimento de R$ 4,8 milhões, o Instituto CCR já levou cultura a mais de 300 mil pessoas por meio de exposições interativas e acessíveis nas estações da Linha 4-Amarela de metrô, administrada pela ViaQuatro. O Projeto Centenários busca conectar o passado ao presente, promovendo o acesso às obras de grandes artistas brasileiros e estimulando o público a reconhecer e apreciar a riqueza das raízes culturais do país.
“Estamos orgulhosos por esse resultado, que reforça o impacto transformador da arte na vida das pessoas. Cada exposição do Projeto Centenários resgata e valoriza o legado de grandes nomes da cultura brasileira, mantendo viva a memória e a identidade artística do país”, comenta Renata Ruggiero, presidente do Instituto CCR.
As exposições, iniciadas em 2023, celebram a trajetória de cinco grandes ícones brasileiros. A primeira homenageada foi Tomie Ohtake, artista plástica reconhecida por seu pioneirismo na arte abstrata. A mostra dedicada a ela refletiu sua capacidade de transformar o espaço urbano por meio da arte, conectando estética e identidade cultural brasileira. Em cartaz na Estação Faria Lima desde 29 de novembro de 2023, a exposição atraiu o maior público do projeto até o momento, com mais de 116 mil visitantes.
A exposição de Candido Portinari, um dos maiores pintores brasileiros, reconhecido por seus murais e retratos, destaca sua sensibilidade humanista, propondo uma reflexão sobre a desigualdade e a riqueza da cultura brasileira. Localizada na Estação Higienópolis-Mackenzie, já recebeu mais de 71 mil visitantes desde 25 de janeiro de 2024.
Tarsila do Amaral, pintora que marcou o modernismo brasileiro, também foi homenageada pelo Instituto. Sua exposição, situada na Estação Oscar Freire e em cartaz desde 16 de julho de 2024, já foi vista por mais de 39 mil pessoas. A mostra reúne obras icônicas que revolucionaram a arte no país, com composições vibrantes, influências europeias e elementos da cultura indígena e afro-brasileira, formando uma identidade artística única.
Em cartaz desde 19 de dezembro do ano passado, a exposição do compositor Heitor Villa-Lobos já foi vista por mais de 63 mil pessoas. Localizada na Estação Pinheiros, celebra a fusão entre a música clássica e os ritmos populares brasileiros, reunindo partituras, instrumentos, fotografias e materiais multimídia que contam a história de um dos maiores nomes da música mundial, destacando sua influência na formação da identidade sonora do Brasil.
A mais recente exposição, inaugurada em março na Estação da Luz, apresenta o legado de Clarice Lispector com uma ambientação literária que transforma a estação em uma verdadeira galeria urbana. Já passaram por ela mais de 14 mil pessoas. Paredes, catracas, pilastras e até um vagão foram adesivados com frases, manuscritos e imagens da autora, além de um painel biográfico com fotos, trechos e curiosidades sobre sua vida. A escadaria fixa simula lombadas de livros com a bibliografia da escritora. A mostra inclui ainda um espaço de leitura com estante abastecida mensalmente, ponto de doação de livros, painel interativo com fitinhas com frases da autora e um cenário instagramável com poltrona, folhas suspensas e máquina de escrever, convidando o público a se conectar com o universo de Clarice. Até o momento, 304 mil clientes da Linha 4-Amarela já prestigiaram as exposições.
Em 2025, outras personalidades estão no radar da curadoria. A presidente do Instituto CCR afirma que o diálogo com especialistas, historiadores e artistas para identificar novas oportunidades é constante. Até 2026, a proposta é transformar a Linha 4-Amarela em uma linha cultural, com exposições em todas as suas estações.
“Em breve, anunciaremos os novos artistas homenageados, com elementos que prometem revelar aspectos inéditos e surpreendentes do legado dessas figuras inspiradoras”, afirma.
Todas as exposições implementadas pelo Projeto Centenários seguem em exibição nas estações, integrando a arte à paisagem urbana. Dessa forma, qualquer passageiro pode ter contato com a cultura brasileira de forma acessível e interativa. Basta adquirir sua passagem e visitar as estações da Linha 4-Amarela, que funcionam das 4h40 à 0h.
Acessibilidade e curadoria
No Projeto Centenários, a curadoria é realizada por Isa Ferraz e Marcos Ferraz. Com um olhar atento e sensível, a curadoria selecionou com rigor as obras e os elementos que melhor representam o legado dos artistas retratados, buscando coerência estética e histórica para que cada exposição conte uma parte única da trajetória desses grandes nomes, ao mesmo tempo em que dialoga com o contexto contemporâneo e o público atual.
A acessibilidade é tratada como uma prioridade para garantir que o legado cultural dos homenageados seja apreciado por todos. Para isso, foram implementadas diversas medidas, como sinalização inclusiva, audiodescrição e legendagem, interpretação em libras e uma curadoria que adotou uma linguagem mais direta e objetiva, por meio da Escola de Gente, liderada pela Cláudia Werneck.