Diego Barreto, CEO do iFood, revela os segredos por trás da inovação e do sucesso da empresa
Executivo detalha os planos para a próxima década, a cultura inegociável da empresa e o impacto no ecossistema brasileiro.
Diego Barreto, CEO do iFood. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Em entrevista exclusiva ao Show Business, Diego Barreto, CEO do iFood, compartilha sua visão sobre os desafios e conquistas da maior plataforma de delivery da América Latina. Com uma carreira marcada pela inovação e liderança, Barreto fala sobre a transformação contínua da empresa, o papel da cultura organizacional e a importância de uma gestão descentralizada para impulsionar o crescimento sustentável.
A que você atribui o sucesso do iFood?
Sem dúvida, à nossa cultura, que é inegociável. Buscamos pessoas alinhadas aos nossos valores e padrões de comportamento. Isso cria um ambiente de alta velocidade e coesão, mesmo com pensamentos diversos. É raro encontrar empresas no Brasil com uma cultura tão clara.
O que você observa ao contratar novos funcionários?
Olhamos para o comportamento histórico. Mais do que currículos, buscamos padrões na vida da pessoa que mostrem inovação e alinhamento com nossa cultura. Por exemplo, um currículo pode impressionar, mas quero saber o que a pessoa fez na prática que demonstre resiliência e criatividade.
Hoje, quantos funcionários o iFood tem?
São cerca de 6 mil, com 9 vice-presidentes e 130 diretores.
E quais são os planos para o iFood nos próximos 10 anos?
Continuar inovando. Nosso objetivo é que o iFood de amanhã seja completamente diferente do de hoje. Estamos consolidando um ecossistema que vai além do delivery de comida, com soluções para supermercados, fintechs, inteligência artificial e ferramentas de gestão. É um movimento de criar valor em diversas frentes.
O iFood é conhecido por sua rapidez em testar e implementar ideias. Como funciona essa lógica de experimentação?
Nós testamos muitas hipóteses, sempre em pequena escala, para aprender rapidamente e ajustar antes de escalar. O erro faz parte do processo, mas precisa ser inteligente: começar pequeno, avaliar rápido e só então crescer.
A empresa pensa em abrir capital no futuro?
Não temos planos de abrir capital. Nosso modelo atual é sustentável, sem dívidas, e priorizamos construir internamente. A única exceção seria uma transformação que exigisse essa decisão.
O setor público valoriza o empreendedorismo no Brasil?
O Estado tem evoluído, especialmente com reformas importantes, como a Lei de Liberdade Econômica e as mudanças no mercado de saneamento. Mas precisamos aumentar o diálogo e buscar soluções conjuntas para superar desafios estruturais.
Por fim, qual mensagem você gostaria de deixar?
Vivemos um momento de polarização, mas acredito que podemos avançar com mais diálogo. Muitas vezes, buscamos o mesmo objetivo, mas com caminhos diferentes. Se dermos um passo para trás e ouvirmos mais, podemos construir um futuro melhor juntos.