Facebook: 21 anos de um "tiozão"?

O Facebook continua tendo importância para negócios e empresas, ou virou mesmo um "tiozão" tentando se manter atualizado?

enhanced_imageJohnny Soares, Mestre em Educação e coordenador do MBA em Gestão de Marketing e Estratégias Digitais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio. (Foto: Divulgação)

No dia 4 de fevereiro, o Facebook celebra 21 anos! Mas, afinal, será que essa rede social ainda tem relevância para negócios e empresas ou já está na hora de cantar “Parabéns” e apagar as velinhas de vez? Aquela plataforma que começou como um "facemash" para universitários em 2004, criado por Mark Zuckerberg e seus colegas de Harvard, certamente está longe de ser um adolescente desajeitado, mas também parece não ser mais o centro das atenções em um mundo repleto de aplicativos e rede sociais relativamente novas como TikTok, Instagram e X (ex-Twitter), entre outras. Será?

A grande questão é: o Facebook continua tendo importância para negócios e empresas, ou virou mesmo um "tiozão" tentando se manter atualizado? Os números não mentem. Em marketing digital, tudo pode (e deve) ser mensurado. As plataformas digitais permitem – como nenhuma outra mídia – a acuracidade dos números. Então, vamos começar por eles: de acordo com o relatório mais recente da Meta (a empresa-mãe do Facebook), a plataforma registrou um aumento de 5% no número de usuários, alcançando 3,35 bilhões de pessoas em dezembro de 2024.

Veja, estou falando de bilhões. Só por comparação, se o Facebook fosse um país, seria o mais populoso do mundo. Além disso, a receita da empresa cresceu 22%, atingindo US$164, 5 bilhões, com a publicidade representando 98% desse montante. Isso já seria o suficiente para afirmar que o Facebook continua vivo e tendo sua importância.

Mas, e para os negócios? O Facebook pode não ser mais o "queridinho" das gerações mais jovens (que migraram para o TikTok e Instagram), mas continua sendo uma ferramenta poderosa para marcas, especialmente as pequenas e médias. A plataforma oferece um alcance segmentado e acessível, com ferramentas de anúncios que permitem atingir públicos específicos com precisão. A Meta vem investindo pesado em inteligência artificial para melhorar a personalização e a eficácia das campanhas publicitárias.

O Facebook "não serve para nada": mito ou verdade?

Propagar que o Facebook "não serve para nada" é como dizer que um canivete suíço é inútil porque você só usa a lâmina. O Facebook é muito mais do que um local para postar fotos de férias ou discutir política com primos e tios. Ele é uma plataforma multifuncional:

Publicidade: com o Facebook Ads, empresas podem criar campanhas altamente direcionadas, seja para aumentar vendas, seja para gerar leads ou promover eventos.
Comunidades: grupos no Facebook funcionam muito bem. Desde grupos de mães até fóruns de investidores, eles são espaços de discussão, networking e ajuda mútua.
Marketplace: o Facebook é um concorrente da OLX e do Mercado Livre. Quem nunca viu um carro usado ou um ingresso de show sendo trocado ou vendido por lá?

O Facebook é como um vinho. Mas tem gente que prefere champanhe. Certamente Zuckerberg irá abrir um vinho ou estourar um champanhe para comemorar os 21 anos do seu primeiro filho. Mas, apesar da festa, é preciso entender que o Facebook não é perfeito (e nem estou falando das polêmicas recentes em que o seu dono está envolvido ao aliar-se ao governo de Donald Trump).

A plataforma enfrenta críticas justas sobre privacidade de dados, disseminação de desinformação, preconceito e um algoritmo que às vezes parece ter vida própria. E mais: o cenário das redes sociais vive em transformação acelerada. Logo, as empresas devem ficar atentas e diversificar suas estratégias de marketing digital, aproveitando o melhor de cada plataforma.

Embora não seja a rede social mais "cool" do momento, como um bom vinho, o Facebook amadureceu e encontrou seu lugar no mundo virtual. Para empresas, ele continua sendo uma ferramenta valiosa, especialmente quando usado de forma estratégica. Por isso, neste dia 4 de fevereiro, muita gente vai levantar as taças (ou os smartphones) e celebrar a maioridade do Facebook. Ele pode até ter perdido um pouco do sabor e do frescor, mas certamente ainda ocupa lugar na adega dos negócios. E, para uma plataforma que começou como um passatempo de universitários, isso já merece um brinde.