Brasil em 2025: O Lado Financeiro
Com o futuro econômico em jogo, é necessário garantir uma recuperação robusta.
Lucas Borges, pesquisador e financista, especialista em Private Equity pela HBS e Financial Accounting pela LSBF. (Foto: Divulgação)
O Brasil iniciou 2025 em um ambiente econômico desafiador, repleto de incertezas que exigem uma abordagem estratégica tanto do governo quanto do setor privado e da sociedade. O país enfrenta uma combinação de dificuldades fiscais, monetárias e externas, que dificultam a recuperação econômica. Adaptar-se rapidamente às novas condições será essencial para mitigar os impactos negativos.
A política fiscal continua sendo um dos principais obstáculos. Sem propostas claras e eficazes para cortar gastos e implementar reformas fiscais, o governo permanece em um impasse com o mercado, o que reflete as dificuldades das condições econômicas. A falta de ação para ajustar as contas públicas pode agravar a dívida e minar a confiança interna e externa, dificultando ainda mais a recuperação e ampliando a distância do crescimento sustentável.
Na esfera monetária, os desafios são igualmente significativos. Embora a inflação esteja sendo controlada por meio de medidas rigorosas, ajustar as taxas de juros sem prejudicar a atividade econômica será uma tarefa difícil. Com os juros elevados sendo a principal ferramenta de controle inflacionário, o acesso ao crédito fica mais caro e restrito, afetando tanto empresas quanto consumidores. Esse cenário limita o crescimento privado, prejudicando a geração de empregos e restringindo os investimentos empresariais.
O Brasil também enfrenta pressões externas, como o retorno de Donald Trump à política internacional e sua postura protecionista, que podem prejudicar as relações comerciais e dificultar novos investimentos. Além disso, as tensões geopolíticas estão levando países emergentes a buscar segurança no dólar, o que valoriza a moeda americana. Essa migração de investimentos, tanto estrangeiros quanto brasileiros, intensifica a pressão cambial.
Diante disso, é urgente que os brasileiros adotem uma postura estratégica. Evitar financiamentos de longo prazo, que se tornarão ainda mais onerosos com os juros elevados, é fundamental para preservar o poder de compra. Além disso, a gestão de receitas e despesas com base no dólar, é crucial. Considere por exemplo o reajuste do salário mínimo deste ano. Apesar do aumento, a valorização do dólar em relação ao ano passado resulta em perda cambial, reduzindo o poder de compra do brasileiro. Em outras palavras, com o dólar mais alto, o real perde valor. Em um cenário de câmbio volátil, é fundamental observar a cotação do dólar ao fazer compras e comparar preços, pois isso impacta diretamente os custos de produtos e serviços.
Para quem busca alternativas de investimentos, a renda fixa pré-fixada e ativos alternativos, como fundos imobiliários e de investimento, podem ser boas escolhas em tempos de incerteza.
Apesar dos grandes desafios que 2025 apresenta, a preparação será essencial para atenuar seus impactos. Contudo, com o futuro econômico em jogo, é necessário garantir uma recuperação robusta ou nos prepararemos para uma nova década de estagnação.