Nelo Marraccini: tecnologia vem ganhando crescente importância no mercado pet
Startups atuam em setor que movimentou R$ 27 bilhões no país, em 2020.
Nelo Marraccini, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil (IPB) (Foto: Divulgação)
Basta uma caminhada na rua ou no parque para se ter uma dimensão do mercado pet no Brasil. É praticamente impossível não encontrar alguém passeando com o seu cão ou até mesmo o seu gato. Atualmente, a população de animais de estimação no Brasil é de 144,3 milhões, entre cães, gatos, peixes ornamentais, aves e outros. Eles ajudaram a indústria pet a movimentar R$ 27 bilhões em 2020, entre alimentação, cuidados e saúde animal.
Os números são da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e mostram o potencial do segmento que movimentou US$ 145,8 bilhões no mundo, em 2020 - 11% a mais do que em 2019. O Brasil é o sétimo em faturamento no ranking mundial, que é liderado pelos Estados Unidos, segundo a Abinpet.
Para atender as necessidades de um mercado que cresce a cada ano, empresas emergentes de tecnologia desenvolvem produtos inovadores e soluções para serviços como delivery, cuidadores e até planos de saúde. São as pet techs: startups que desenvolvem e aprimoram tecnologia e inovações para atender toda esta cadeia, de produtos a serviços voltados ao segmento pet.
“O setor pet é um mercado muito inovador e está sempre antenado com as novidades. Com certeza, nos próximos anos, veremos um crescimento significativo desse tipo de negócio, uma vez que a tecnologia vem ganhando crescente importância no nosso mercado”, diz Nelo Marraccini, presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil (IPB), à Agência EY.
Marraccini cita como exemplo o crescimento do e-commerce pet. Levantamento do IPB aponta que, nos três primeiros meses de 2022, as vendas on-line do segmento já cresceram 18%. De 2020 para 2021, a alta foi de 48%, passando de R$ 1,9 bilhão, em 2020, para R$ 2,8 bilhões, em 2021.
O setor de saúde tem se destacado entre as pet techs. A Porto Seguro, por exemplo, se uniu no ano passado à PetLove para um plano de saúde para pets, o Porto.Pet. “Este empreendimento sinérgico reforça a nossa missão de nos tornarmos a maior plataforma de produtos e serviços para animais de estimação, garantindo também a máxima comodidade a todos os elos da cadeia de animais de estimação: não apenas para tutores de animais, mas também para médicos, clínicas veterinárias, hospitais e lojas de animais de em todo o Brasil “, disse Marcio Waldman, fundador da Petlove, na ocasião da parceria com a Porto.
Aplicativos à disposição do público procuram oferecer os mais diversos serviços para facilitar a vida do dono, como apps para transporte, compra programada de ração etc. O PetDriver, por exemplo, se compromete a oferecer serviços de transporte seguro, confortável e eficiente para animais. Como se fosse um Uber dos bichinhos.
No exterior, além de serviços, crescem soluções criativas e sofisticadas que unem a tecnologia ao bem-estar dos bichinhos. No Canadá, o iFetch é um lançador automático de bolas para manter o cão ativo e entretido. Já a Dog Parker é uma casinha de cachorro inteligente e segura que funciona muito bem durante as compras, uma vez que substitui a coleira presa do lado de fora do estabelecimento para o cão não fugir ou ser levado por alguém enquanto a pessoa faz compras.
Outro produto interessante à disposição dos canadenses e no e-commerce internacional é o Sureflap, uma porta para animais de estimação que abre apenas quando o dispositivo lê o microchip do seu animal de estimação. A velha coleira também ganhou versões tecnológicas, como a Go-Smart, que inclui um anel de luz LED para visibilidade noturna, temporizadores de caminhada e um aplicativo para rastrear os tempos de atividade tanto dos pets quanto de seus tutores.
Mais um exemplo de inovação vem dos Estados Unidos, onde já estão à disposição do público produtos como caixas de areia autolimpantes para gatos, como a Litter Robot: uma caixa de areia para gatos automática que peneira a areia após cada uso e a deposita em uma gaveta de resíduos.
Fonte: Por Agência EY