Estudo analisa impacto da recuperação judicial das Lojas Americanas aos varejistas e indústrias
Endividamento representa um cenário complicado e de riscos para os fornecedores de produtos/indústria.
Estudo mostra como o processo de recuperação judicial das Lojas Americanas afeta marcas, categorias e varejistas brasileiros. (Foto:Divulgação)
A Kantar, líder em dados, insights e consultoria, acaba de lançar um estudo a respeito de como o processo de recuperação judicial das Lojas Americanas afeta marcas, categorias e varejistas brasileiros. A companhia tem uma dívida total de R$ 43 bilhões, dos quais aproximadamente R$ 875 milhões são para micro, pequenas e médias empresas brasileiras, de acordo com cálculos divulgados pelo Estadão anteontem (13/02).
Esse endividamento representa um cenário complicado e de riscos para os fornecedores de produtos/indústria. “Para minimizar os impactos, é importante entender quem é esse consumidor das Lojas Americanas, seu comportamento de compra e onde mais esse consumidor realiza suas compras”, afirma Rafael Kröger Couto, Diretor de Análises Avançadas da Kantar.
Nos últimos 12 meses, cerca de 20 milhões de lares brasileiros compraram nas Lojas Americanas. O número reforça a importância da empresa para os consumidores e representa um crescimento de 13% na base de compradores em relação ao intervalo anterior.
Algumas cestas de produtos e categorias devem ser mais impactadas por essa situação. Por exemplo, o estudo da Kantar indica que a recuperação judicial deve afetar bastante a cesta de Higiene e Beleza, que é 41% mais relevante em valor nas Lojas Americanas do que na média do mercado.
A varejista também desponta entre os consumidores nas categorias de indulgências, visto que 26% dos lares compram snacks, biscoitos e chocolates em suas lojas físicas ou online. Já na Páscoa, ela representa 11% do volume vendido em chocolates no Brasil.
“Importante entender quais outros canais poderiam absorver essa demanda das Lojas Americanas. Por exemplo, para o consumidor das Lojas Americanas, o canal Super de Rede (grandes redes de supermercados) é 15% mais representativo em valor do que para a média do mercado.”, completa Couto.