Investimentos no mercado de petróleo e gás devem aquecer a contratação de executivos para as empresas do setor em 2025
Perspectivas são otimistas, com muitos esforços direcionados para formação, e capacitação de pessoa.
Perspectivas são otimistas, com muitos esforços direcionados para formação, e capacitação de pessoa. (Foto: Freepik)
O setor de energia é conhecido por sua resiliência em relação aos movimentos econômicos do país, assim como por seu forte dinamismo. E esse cenário não foi diferente em 2024, com a ocorrência de vários fatores, como a abertura do mercado livre, renovação das concessões das distribuidoras, leilões de reserva de capacidade, regulamentação do mercado de carbono, expansão da mobilidade elétrica, evolução das baterias, entre tantos outros acontecimentos.
E no mercado de petróleo e gás, a indústria brasileira de exploração de petróleo viveu um cenário de crescimento , se aproximando do recorde de atividade ocorrido em 2014, com um crescimento de 40% no volume de emprego formal desde 2020, de acordo com dados da Abespetro (Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo).
Esse mesmo dinamismo refletiu no mercado de seleção de executivos que atuam nesse ambiente, com uma forte dança das cadeiras. De acordo com Ian Carvalho, sócio da EXEC, 2024 foi um ano de forte movimentação no setor, com lideranças e executivos sendo desafiados a serem mais eficientes e produzirem mais em um novo cenário macroeconômico.
Entre os subsetores do mercado que estiveram mais aquecidos no período em termos de contratação de executivos para cargos de liderança, Ian aponta os setores de transmissão e distribuição de energia. “Com uma menção honrosa para o setor de petróleo e gás. Em 2024, a comercialização de petróleo e gás da União bateu recorde no ano, com R$ 10,31 bilhões arrecadados, segundo dados do Ministério de Minas e Energia do país. Isso estimulou a contratação de líderes para ocupar novas cadeiras”, complementa.
Segundo Carvalho, a alta demanda está estimulando as empresas do setor a buscarem alternativas de talentos em outros setores também regulados, com foco em inovação, gestão de pessoas e transformação organizacional. “Não há profissionais disponíveis no mercado com bagagem suficiente para suprir essa forte movimentação. Por isso, as companhias estão considerando novas possibilidades, indo em busca de executivos de outros mercados”.
Para se destacar no setor de energia, Ian aponta que o executivo precisa ser um líder de pessoas com atuação hands-on e grande adaptabilidade, além de promover constantemente a inovação. “Em função dos desafios enfrentados pelo setor, como o preço elevado da energia, as empresas estão precisando se transformar e serem criativas no desenvolvimento de projetos a serem implementados, além de realinhar as prioridades estratégicas”, ressalta o sócio da EXEC.
E para 2025?
Em um ambiente fortemente marcado pela digitalização e a adoção de tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial, Internet das Coisas, entre outros, as empresas do setor de energia - principalmente de petróleo e gás - estão acelerando a capacitação e desenvolvimento de seus líderes e liderados. “Não é à toa que uma série de projetos de gestão de capital humano foram implementados no último ano e temos certeza de que os desdobramentos disso ainda serão percebidos em 2025”, analisa Ian.
Em relação a esse ano, Carvalho acredita que duas palavras serão realidade no universo da seleção de executivos no mercado de energia: inovação e mudança. “Inteligência Artificial aplicada aos negócios, liderança ágil e adaptativa, direcionada para a gestão do bem-estar e saúde mental, além do resgate do engajamento dos colaboradores, serão fatores indispensáveis para as lideranças do setor em 2025”, projeta.
Para ele, o mercado de empresas de energia tradicionalmente não possui grandes picos de contratação, porém isso deve ser diferente em 2025. “Além de ter uma forte característica de formação de talentos, devemos esperar que as maiores contratações ocorram no mercado de petróleo e gás, em função das expectativas de preço do petróleo, que está em alta, e dos leilões de transmissão”.
Segundo informações da Abespetro, até 2029 o setor de petróleo e gás não deve parar de crescer, impulsionado somente com os investimentos já contratados em plataformas de exploração. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, as petroleiras em operação no Brasil pretendem instalar 42 novas unidades de produção entre 2024 e 2028, período no qual o setor deve receber investimentos na ordem de R$ 500 bilhões. “São números que animam e aquecem a possibilidade de novas contratações de líderes para as empresas nos próximos anos”, conclui Ian.