Cadeia da celulose quer protagonismo na COP30: 'Plantamos 1,8 milhão de árvores por dia'

Com apelo à bioeconomia e à sustentabilidade, José Carlos da Fonseca Jr., presidente da EMPAPEL e diretor de Relações Internacionais da IBÁ, defende protagonismo da cadeia da celulose nas negociações climáticas globais. Evento é realizado pelo LIDE em parceria com a FIEMS.

José Carlos da Fonseca Jr. Presidente da EMPAPEL e Diretor do IBÁ. Foto_Evandro Macedo_LIDE (3)José Carlos da Fonseca Jr., presidente da EMPAPEL e diretor de Relações Internacionais da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ) defende a inclusão da celulose no debate da COP 30. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

Ao destacar o papel transformador da indústria florestal no Brasil, José Carlos da Fonseca Jr., presidente da EMPAPEL (Associação Brasileira de Embalagem em Papel) e diretor de Relações Internacionais da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), foi enfático durante o Fórum LIDE COP30: “A celulose precisa estar presente nas discussões da COP30. É uma cadeia produtiva que representa exatamente o que o mundo busca — desenvolvimento com sustentabilidade.”

Fonseca Jr. apontou a importância estratégica do setor para o país. Ele ressaltou que o Brasil planta todos os dias 1,8 milhão de árvores e preserva 6,9 milhões de hectares de vegetação nativa. “Transformamos o que era o bolsão de pobreza do Mato Grosso do Sul em Vale da Celulose, um polo de dinamismo econômico e referência global”, afirmou.

Bioeconomia em larga escala

O setor de papel e celulose é considerado por Fonseca Jr. como um case de sucesso da bioeconomia em larga escala. Com um sistema de gestão florestal baseado em mosaicos que combinam floresta plantada e nativa, o Brasil se posiciona como o maior exportador mundial de celulose e o sexto maior produtor de papel. “Exportamos US$ 15,7 bilhões no ano passado. Tudo isso a partir da árvore, nossa biorefinaria”, disse.

Além do impacto ambiental positivo, o setor tem grande capilaridade econômica e social. Segundo ele, mais de dois milhões de empregos são gerados, com a criação de infraestrutura e oportunidades em regiões interioranas. “Temos que levar infraestrutura social, de saúde e de educação para reter essas pessoas nas novas fronteiras produtivas”, defendeu.

Potencial estratégico para a agenda climática

Fonseca Jr. também destacou a importância de incluir o modelo tropical brasileiro nas negociações climáticas internacionais. “Temos que mostrar que nosso modelo tropical de produção é diferente. Emitimos, sim, mas sequestramos carbono, e entregamos produtos que substituem derivados fósseis. Isso precisa ser levado em conta nos balanços de emissões.”

A celulose, lembra ele, vai além do papel e da embalagem, estando cada vez mais presente em setores inovadores. “7% da indústria têxtil global já utiliza viscose produzida a partir da celulose solúvel. E há aplicações também nas indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia. É um novo mundo, e queremos vê-lo bem representado na COP em Belém.”

O Fórum LIDE COP30 é realizado pelo LIDE em parceria com a Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS), promovendo reflexões estratégicas em preparação à conferência do clima das Nações Unidas, que ocorrerá em Belém, em 2025.