Rossieli Soares: 'Não dá para falar sobre desenvolvimento e uso de tecnologia sem se reinventar'
Secretário de Educação do Pará afirmou que é preciso preparar professores e dialogar com estudantes para utilizar a tecnologia como ferramenta de desenvolvimento. Ex-ministro participou do Seminário LIDE | Educação, na CASA LIDE, em São Paulo.
Secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
O secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares, ex-ministro da Educação, afirmou que professores e estudantes devem ser preparados para usar a tecnologia para assessorar a aprendizagem. A fala ocorreu nesta quinta-feira (3) durante o Seminário LIDE | Educação, que reuniu autoridades e especialistas, na CASA LIDE, em São Paulo, para debater o desenvolvimento do setor no Brasil.
"Não dá para falar sobre desenvolvimento e uso de tecnologia sem se reinventar. Como ter o controle na sala de aula sobre as tecnologias? Temos de estabelecer limitação, sem tirar o acesso. Precisamos trazer o equilíbrio de discussão com os professores. A tecnologia deve ser usada para assessorar e ser um meio de desenvolvimento", disse.
Para Soares, que também já foi secretário de Educação no Estado de São Paulo e é Head do LIDE Educação, é necessário que os acadêmicos sejam capacitados para utilizar as ferramentas de maneira que o estudante entenda funcionalidades e objetivos. "Hoje, os saltos geracionais estão em torno de um ano, e um ano e meio. Antes, era de cinco anos. Tudo muda muito rápido".
"A tecnologia é inevitável e necessária. Ela é fundamental, enquanto pedagógica, mas precisamos entender como podemos usar de maneira qualitativa. Os professores não são preparados para usá-la. Se o estudante não dialogar e ser preparada para usar a tecnologia, ela não vai ser preparada para o mercado", disse.
Panorama da educação
Maria Helena, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, disse que o foco deve ser a qualidade na educação básica.
"Temos um problema grave: a educação no Brasil não tem qualidade. Conseguimos avançar nos indicadores básicos, como o acesso, mas os índices de qualidade, não. O maior desafio é formar professores para enfrentar o mundo real. Temos levar em consideração a tecnologia e as atuais transformações".
Mário Ghio, presidente da Abraspe. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
Mário Ghio, presidente da Associação Brasileira dos Sistemas e Plataformas de Ensino (ABRASPE) e membro do Conselho de Administração da SOMOS, defendeu o protagonismo do setor produtivo.
"É indispensável que os líderes empresariais se preocupem com a educação, pois é isso que vai melhorar a produção. Não, necessariamente, vamos melhorar a produtividade com o dinheiro. Vamos trazer a melhoria a partir das ciências: uma série de conhecimentos que articulam a escola para se tornar mais inteligente. A inteligência artificial, por exemplo, deve ser encarada como um 'assessor'. A inteligência artificial não vai substituir o professor. Vai ser um assessor."
Christian Lohbauer, professor e vice-presidente da Associação de Olho no Material Escolar (DONME), falou sobre a necessidade de adaptar o material didático à realidade brasileira.
"O material escolar de hoje não reflete, necessariamente, a realidade. O conteúdo brasileiro tem de trazer a realidade brasileira. Hoje, temos uma composição de trabalho que pode auxiliar na atualização deste material. Temos a convicção de que não é o Estado que induz a sociedade, mas é a sociedade que induz o Estado. As crianças e os adolescentes não estão aprendendo hoje o que vai levá-las para o futuro. Não é terra arrasada, pois há pontos muito boas".
Acadêmica Guiomar Mello. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
A acadêmica Guiomar Mello, que já foi Diretora da Escola Brasileira de Professores Especialista em Educação no BID em Washington (EUA), especialista Sênior de Educação do Banco Mundial, e deputada Estadual, falou sobre escalabilidade.
"A educação é trabalhar com a massa. Na educação é tudo importante, mas o que for escalável é muito mais importante. Os cursos de educação de professores não estão os preparando o aluno professor adequadamente. Estamos falando da única profissão que é igual ao modelo de execução".
Priscila Cruz, presidente e Fundadora do Todos Pela Educação, falou sobre a capacitação do profissional em educação.
"A gente tem uma ideia de que o professor é algo simples, mas não é assim: trata-se de profissão mais complexa que existe. Deveríamos ter uma obsessão absoluta em formar bem os professores, até pelo lado da tecnologia. O MEC [Ministério da Educação] deveria ampliar o foco na capacitação desse profissional."
Raquel Teixeira, secretária de Educação do Estado do Rio Grande do Sul. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
No mesmo contexto, Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência em Inovação e Políticas Educacionais, disse que é preciso olhar o professor com "respeito e admiração e não com pena".
Raquel Teixeira, secretária de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, elencou as duas principais metas do setor.
"A maior desigualdade é a desigualdade educacional. Se tivermos que lutar por uma única meta, tem de ser a alfabetização. A outra meta é a formação de professores. O professor só vai ser capaz de fazer uma intervenção pedagógica, se o professor souber interpretar os dados de avaliação dos alunos, por exemplo".
Letícia Jacintho, presidente da Associação de Olho no Material Escolar, chamou a atenção para a necessidade de reestruturar o Plano Nacional da Educação de modo a estabelecer parâmetros: estratégia, etapas, metas e avaliação de resultados.
Priscila Cruz, presidente e fundadora do Todos Pela Educação. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)
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