Paris é sinônimo de moda e estilo

Capital francesa é o berço das mais desejadas marcas, dos mais talentosos designers e palco dos desfiles mais exclusivos.

chanel_fw-2024-25-rtw-ambiance-pictures-copyright-chanel-9-HDCapital francesa é o berço das mais desejadas marcas, dos mais talentosos designers e palco dos desfiles mais exclusivos.

A França é veternada no posto de epicentro mundial da moda. Desde os tempos em que a rainha Maria Antonieta (1755-1793), um ícone fashion, desfilava com suas perucas e vestidos luxuosos e extravagantes. O burburinho a cada Semana de Moda de Paris, com as criações desfiladas e celebridades nas filas A, atestam o fascínio pelas marcas francesas e a força desta indústria que
movimenta 1,38 trilhão de dólares anualmente. A primeira temporada do ano com as coleções Outono/Inverno trouxe a nostalgia para as passarelas. Diversas maisons buscaram em suas histórias referências para criar. No desfile da Chanel, a diretora criativa Virginie Viard voltou a Deauville, na Normandia, onde Coco Chanel abriu sua primeira loja de roupas. Na Dior, a diretora Maria Grazia Chiuri buscou inspiração na linha Miss Dior, lançada em 1967. As grandes marcas sabem que para desenhar o futuro é preciso revisitar a tradição.

Chanel, a mais desejada

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Ousada, Gabrielle Coco Chanel (1883-1971) revolucionou a moda ao transformar o jeito feminino de vestir e romper com tradicionalismos de sua época. Também criou códigos exaustivamente desejados e copiados, como o pretinho básico, o mix de pérolas, a bolsa 2.55, de matelassê e correntes - ainda a mais famosa da grife - o sapato bicolor bege com pontas pretas e, claro, o tailleur em tweed. Coco foi criada em um orfanato, onde aprendeu a costurar e, após uma rápida carreira como cantora, abriu uma loja de chapéus. Suas criações avant-garde a transformaram em uma estilista prestigiada. Chanel foi, sem dúvida, a criadora de moda mais importante e influente do século XX. Seu legado se renovou com Karl Lagerfeld (1933-2019) e segue pelas mãos de Virginie Viard, atual diretora criativa da marca. Para a cole- ção Outono/Inverno 2024, Viard buscou inspiração em Deauville, na Normandia, onde Coco viveu e abriu sua primeira loja de roupas. O clima de balneário da cidade estava nas cores e golas de mari- nheiro, nos chapéus de abas largas, nas bermudas até os joelhos, nos cardigãs e pantalonas, em pulôveres e tricôs.

Hermès, a mais exclusiva

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Fundada há quase 200 anos como fábrica de selas para cavalos, a Hermès conquistou sua reputação como uma das marcas mais exclusivas do mundo com a combinação de tradição artesanal e qualidade excepcional. Suas bolsas e os acessórios são feitos à mão por artesãos altamente qualificados que passam anos aprimorando suas habilidades. Esse cuidado extremo com os produtos limita a disponibilidade, especialmente das desejadas bolsas Kelly e Birkin, que têm um dos modelos mais caros do mundo, o Himalayan Crocodile Birkin, produzida em couro de crocodilo do Nilo. A peça custa US$ 432.000 (mais de R$ 2 milhões) e, como o modelo será descontinuado, deverá se tornar ainda mais valorizado. A escassez aumenta a exclusividade e conquista mais fãs, como Jennifer Lopez, Victoria Beckham e Kim Kardashian. O design clássico e atemporal permeia todos os produtos Hermès, inclusive a coleção Outono/In- verno, apresentada durante a semana de moda de Paris, debaixo de uma chuva artificial na passarela. A diretora de criação Nadège Vanhee trouxe modelos inspirados na origem da marca, com elementos que remetem ao universo equestre.

Louis Vuitton, a mais valiosa

Até mesmo o visionário empreendedor Louis Vuitton se espantaria com o tamanho do império que iniciou. Aos 32 anos, o empresário abriu sua primeira loja, onde oferecia serviços de confecção de baús e embalagens. A última imperatriz dos franceses, Eugenia de Montijo, se tornou sua cliente e a rainha Isabel II logo contratou seus serviços. A clientela abastada e a influência do amigo Charles Frederick Worth, considerado o pai da alta-costura na época, levaram o fundador a se interessar pelo mercado da moda. Hoje, a marca faz parte do conglomerado LVMH e é uma das mais valiosas do mundo, estimada em US$ 26,2 bilhões, segundo o ranking anual “Marcas Premium e de Luxo” da consultoria global Brand Finance. Apesar de valorizar a tradição, a Louis Vuitton está sempre atenta ao futuro. A escolha da skatista brasileira Rayssa Leal, de 16 anos, como embaixadora global e contratação do artista pop Pharrell Williams para assumir a divisão masculina evidenciam a importância da contemporaneidade para a Maison. Por isso mesmo, referências urbanas mixadas têm dado o tom das coleções, como a de Outono/Inverno 2024, que celebrou os dez anos do designer Nicolas Ghesquière à frente da direção criativa.

Dior, a mais elegante

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O final da Segunda Guerra Mundial foi especialmente bom para Christian Dior (1905-1957). O otimismo tomou conta da população e foi possível sonhar novamente. Ambiente perfeito para a volta do glamour e da feminilidade propostos nos modelos de cintura marcada e saias rodadas desenhados pelo estilista. O estilo ganhou fama como “The New Look” (o novo visual), em 1947. Parte da trajetória de Christian Dior é contada na série “The New Look”, disponível na Apple TV+, que tem o ator Ben Mendelsohn no papel do estilista. A produção foca no período em que Paris foi ocupada por nazistas e na rivalidade entre ele e Coco Chanel. Dior sempre foi sinônimo de elegância e luxo e é o favorito das celebridades desde os anos 1950. Este ano, a direção criativa, a cargo de Maria Grazia Chiuri, apostou na nostalgia e buscou inspiração na linha Miss Dior, lançada em 1967. Minissaias, blusas de gola alta, jaquetas de lã felpudas e padrões geométricos trouxeram o clima anos 60 para a passarela, mas tudo, é claro, com o glamour da marca.