Cíntia Barcelos, Bradesco: 'Uma das consequências da computação quântica em larga escala pode ser seu impacto nos sistemas de proteção de dados'

Parcerias com gigantes globais de tecnologia garantem um salto no processo disruptivo de diversas empresas no Brasil.

MAU02097Cíntia Barcelos, diretora de tecnologia do Bradesco. (Foto: Divulgação)

Uma pesquisa anual, com CIOs de todo mundo, realizada pela Lenovo, revelou que Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML) estão entre as prioridades das lideranças brasileiras, com menção de 45% dos entrevistados.

Além disso, o estudo também mostrou que, para os chefes de tecnologia das organizações no Brasil, IA e Machine Learning estão tendo impacto significante na maneira como utilizam tecnologia no ambiente de tra-balho (95%), afirmação maior do que em qual quer país, uma vez que a média global ficou em 81%. Apesar disso, sete em cada dez CIOs brasileiros estão enfrentando dificuldades para adoção dessas tecnologias, com 71% apontando IA e ML como um desafio.

“Considerando o foco em tecnologias de ponta, como IA, existe uma lacuna evidente que os parceiros de soluções de TI, como a Lenovo, podem ajudar a preencher. A capacidade de projetar e fornecer uma ampla variedade de soluções de hardware para a borda e para a nuvem, e alimentadas por IA, não apenas simplifica as operações do dia a dia, mas também capacita as organizações para inovarem com agilidade e maximiza a sua pilha de tecnologia para concretizarem suas ambições de negócios”, declarou Ken Wong, presidente do Lenovo Solutions and Services Group.

Revolução 

Esse quadro tem acelerado colaborações estratégicas e tecnologias de ponta para preparar e proteger dados em um mundo hiper conectado. Reconhecendo a necessidade de antecipar futuros desafios que possam surgir com o advento dos computadores quânticos, por exemplo, o Bradesco, por meio do Inovabra, seu ecossistema de inovação, anunciou que ampliará o relacionamento com a IBM para explorar e avaliar o uso de criptografia quântica segura.

O setor financeiro usa criptografia para transações bancárias, certificados digitais, armazenamento dos dados, entre outros. Os especialistas, por meio do IBM Quantum Safe Explorer, ajudarão o banco a identificar potenciais algoritmos criptográficos vulneráveis nos seus sistemas, auxiliando na identificação de aplicações sob risco de ataques usando computação quântica.

Com base nessa avaliação, o Bradesco planeja criar uma metodologia para identificar outras aplicações que possam se beneficiar de tecnologias de criptografia pós-quânticas seguras e prepará-las para integrar os algoritmos resistentes a futuros computadores quânticos criptograficamente relevantes.

“Uma das consequências da computação quântica em larga escala no futuro pode ser seu impacto nos sistemas de proteção de dados. Entendemos que nossa preparação é prioridade neste momento. Afinal, a segurança é inerente à nossa missão como banco”, afirma Cíntia Barcelos, diretora de tecnologia do Bradesco.