Médicos, cientistas e empresários debatem o legado da pandemia no 9º Fórum LIDE da Saúde e Bem-Estar

Evento reuniu de maneira híbrida (remoto e presencialmente) representes dos setores público e privado para tratar sobre atendimento remoto, o novo coronavírus e a vacina.

da0e35a5-4f86-43c7-86f8-7ecddc452842Fernando Pedro debateu sobre inteligência artificial e telemedicina. (Foto: Kazuo Kajihara/LIDE)

Médicos, especialistas e empresários debateram sobre telemedicina, pandemia e a evolução do setor no 9º Fórum LIDE da Saúde e Bem-Estar, realizado nesta segunda-feira (16), em São Paulo. O evento ocorreu de maneira híbrida e foi transmitido pelas plataformas do LIDE Digital.

O fórum teve curadoria do médico Claudio Lottenberg, presidente do LIDE Saúde, do Instituto Coalizão Saúde e do conselho do Hospital Albert Einstein. O chairman do LIDE, Luiz Fernando Furlan, e o diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto, participaram do encontro.

O diretor-médico da Amil, Fernando Pedro, e o presidente da Sociedade Beneficente Israelista Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, defenderam o uso da telemedicina e da inteligência artificial. Eles debateram o assunto no painel que abordou a temática com os participantes.

"Nossa visão de futuro é uma rede conectada, com monitoramento de dados constante. A telemedicina como ferramenta isolada não é suficiente. A gente entende a telemedicina como uma ampliação e uma extensão dos serviços de saúde presenciais", disse Fernando Pedro.

Sidney Klajner acredita que a telemedicina não afasta os pacientes dos médicos. "É uma nova forma que busca a quádrupla meta, inserindo o valor para o paciente ao lado de conceitos de saúde populacional, redução do custo per capita e experiência do cuidado", disse o médico.

63df609e-0d65-4465-a687-97d7dccd0d5dPara Natalia Pasternak, boa comunicação é importante para a ciência. (Foto: Kazuo Kajihara/LIDE)

Aprendizados

A diretora do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak, falou sobre a comunicação eficiente para que os preceitos na ciência sejam difundidos na sociedade. Ela defendeu que a informação seja circulada de maneira eficiente e sem ideologias ou politização.

"Existem três problemas quando passamos informações sobre ciência. O primeiro, são as informações mal colocadas; o segundo, é a desinformação, que tem o poder de rodar o mundo via redes sociais; e por fim, a informação politizada, como vemos no caso da vacina", destacou.

Para o professor e doutor da USP Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a falta de comunicação assertiva ocasionou grandes problemas no enfrentamento da pandemia, inclusive com a interrupção no testes de vacinas.

"Certamente, falta diálogo. Temos uma situação crítica que é a informação à sociedade. A sensação é de que falta explicação compreensível, estamos falando em um idioma que ninguém entende. Devemos pensar como transferir informações vitais", pontuou.

O secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, defendeu aos empresários a universalização da vacinação e a capilarização da imunização. "O estado de São Paulo é o que tem o maior nível de testagem na América Latina, incluindo os testes precoces, de indivíduos com sintomas leves", falou.

735392d0-fc85-48b2-b18e-b71a14bf1398Dimas Tadeu Covas cirticou a falta de incentivo ao setor no país. (Foto: Kazuo Kajihara/LIDE)

Evolução do Sistema

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, criticou o custo e a burocracia para produzir vacinas no país. "Como vamos dar acesso aos brasileiros a 400 milhões de vacinas em 2021? A resposta revela nossa fragilidade em relação à disponibilidade ao sistema ", disse.

A diretora-geral da Sanofi Pasteur, Ana Garcia Cebrian, acredita que acordos podem suprir lacunas. "As parcerias são fundamentais para se criar uma vacina em tempo recorde. A colaboração é fundamental para criar uma solução, mas também distribuir a vacina".

A procuradora de Justiça no Ministério Público de São Paulo, Lidia Passos, defendeu a desburocratização do setor e a divulgação de direitos aos pacientes. "Devemos investir em outros instrumentos alternativos de atuação jurídica e não na ação judicial", afirmou.