Maria Teresa Lima: solução usa Internet das Coisas para monitorar a temperatura das vacinas contra a pandemia

Avanços no 5G aceleram a transformação dos centros urbanos; serviços essenciais são otimizados e qualidade de vida é elevada.

foto12rel-101-cidades-f6Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel para Governo. (Foto: Divulgação)

Infraestrutura, energia, transporte, gerenciamento de tráfego, planejamento, governança, educação e sustentabilidade são setores crucias para o bom andamento de uma cidade e evolução do bem-estar social. Para isso, é fundamental apoiar-se no desenvolvimento de tecnológicas de IoT (internet das coisas), expansão do 5G, uso estratégico de Big Data e regulamentos governamentais. Levantamento da empresa de consultoria e pesquisa tecnológica Technavio, mostra o grande potencial econômico das cidades inteligentes. Segundo o estudo, o mercado de smart cities deve gerar US$ 2,118 trilhões até 2024, com uma projeção de crescimento global de 23% por ano.

Apenas dentro da demanda de mobilidade urbana, o ecossistema global de transportes inteligentes deve alcançar uma receita total de US$ 517 bilhões em 2023, estimulado com o aumento da adoção da tecnologia 5G e da Edge Computing, de acordo com o levantamento da KPMG e do International Data Corporation (IDC). “Com o 5G e a Edge Computing, as empresas de telecomunicações têm a oportunidade de olhar além da conectividade e considerar uma mudança para serviços, vendendo infraestrutura em nuvem, instalação, integração, desenvolvimento de aplicativos, gerenciamento de dispositivos e gerenciamento de dados", afirma Marcio Kanamaru, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil.

Energia

O relatório da Artificial Intelligence Applications for Smart Cities observa que as cidades podem usar tecnologias de inteligência artifical (IA), como o machine learning, computer vision e processamento de linguagem natural para otimizar despesas e oferecer benefícios aos cidadãos. Resultados podem incluir criminalidade reduzida, menos poluição do ar e congestionamento de tráfego e serviços governamentais mais eficientes. A tecnologia 5G também deve impulsionar o mercado de torres e postes de aço galvanizado, que está diretamente ligado ao setor de geração de energia, fundamental para o desenvolvimento das cidades inteligentes.

Responsável por torres para telefonia, energia eólica e para suporte de energia solar, a Brametal tem um planejamento estratégico até 2024 para produzir para esse mercado.

“Temos acompanhado toda evolução da tecnologia e da comunicação no Brasil. E agora com a chegada na nova tecnologia 5G, vai ser preciso muitas torres tanto as treliçadas quanto as em formatos de postes para colocar esses repetidores por todo o país. O 5G vai exigir muito dos fabricantes nacionais de estruturas metálicas para essa nova tecnologia”, endossa Alexandre Schmidt, diretor comercial e Marketing da Brametal.

Segundo o executivo da Brametal, essas novas estruturas metálicas terão especificações diferentes para receber o 5G, assim como os equipamentos que vão dentro das torres. “Os projetos de torres monotubular deverão ser os mais utilizados por oferecer condições de instalar equipamentos dentro da estrutura, como um poste de aço com espaço dentro. Então, são produtos específicos calculados para suportar essas novas tecnologias”, reforça.

Atualmente, o ecossistema de transportes inteligentes é formado por serviços, 42% (integradores de sistemas); conectividade, 8%, e software, 29% (fornecedores de softwares de transporte e de softwares de Analytics e Big Data); hardware, 21% (empresas de sistemas de IoT). Ricardo Bacellar, sócio-líder de Industrial Markets e Automotivo da KPMG no Brasil, enfatiza que o uso crescente das tecnologias representa uma transformação para a mobilidade urbana global, proporcionando gerenciamento de tráfego, atualização em tempo real de obras e acidentes nas estradas, maior volume de sensores e dispositivos em rodovias, captação confiável de dados, novos aplicativos e serviços mais inteligentes.

Smart Cities no Brasil

De acordo com Lucas Nogueira, engenheiro de aplicação na Advantech Brasil, apesar da popularização do termo “cidades inteligentes”, muitas cidades brasileiras ainda não enxergam todo o potencial que as tecnologias IoT podem trazer para o dia a dia. “Cidades inteligentes são as que utilizam tecnologia para otimizar a utilização dos recursos para servir melhor os cidadãos. Isso vale para a mobilidade, a energia ou para qualquer serviço necessário à vida das pessoas”, destaca.

Segundo o especialista, a conectividade pode ajudar empresas de ônibus a oferecer transporte mais seguro e com informações em tempo real para passageiros e operadoras do sistema. Na saúde pública, as soluções IoT favorecem a análise de imagens, facilitando diagnósticos médicos, planejamento de estruturas e leitos, ou ainda diminuindo a possibilidade de erro humano na gestão de dados sobre o estado do paciente. As soluções em tecnologia IoT também permitem às cidades monitorar o tráfego e fornecer semáforos inteligentes, transformando o dia a dia dos pedestres e motoristas.

foto12rel-101-consultor-f5Marcio Kanamaru, sócio da KPMG no Brasil . (Foto: Divulgação)

A internet das coisas em cidades inteligentes também contribui para que gestores públicos façam melhor uso dos recursos financeiros.

“Com o tratamento correto e o gerenciamento dos dados, é possível reduzir custos. Como, por exemplo, na iluminação pública, que em certos pontos há luzes ligadas em horários com luz solar, gerando gastos desnecessários. A coleta, tratamento e gerenciamento de dados permite confirmar o ligamento e desligamento das lâmpadas, o que gera economia financeira e de recursos naturais”, explica.

Exemplos mundiais e bem sucedidos de cidades inteligentes que investem pesado em tecnologia, são Singapura, Tóquio, Nova York e Londres. Segundo o IDC, em 2020, essas cidades investiram cerca de US$ 1 bilhão em soluções de smart cities. Em uma análise global, os Estados Unidos, Europa Ocidental e China devem somar 70% dos investimentos.

Integração

Definir equipes, gerenciar planos e entender a realidade de suas cidades diante da pandemia do novo coronavírus. Esta tem sido a rotina de milhares de prefeitos e vereadores que tomaram posse ao redor do país no começo de 2021. Uma das oportunidades para o sucesso nessa jornada, cada vez mais, está concentrada no uso de dados para a tomada de decisões. É isso o que destaca a Bright Cities, startup GovTech brasileira que utiliza tecnologia exclusiva para oferecer diagnósticos e roteiros práticos para o desenvolvimento de para tornar a gestão pública mais efetiva, eficiente e integrada.

Fundada em 2018, a empresa conta com um poderoso algoritmo capaz de cruzar milhares de informações e cases de todo o mundo. Esta análise é ponto de partida para a criação de mapas customizados, com diagnósticos específicos sobre os problemas e potencialidades de cada cidade. “O diferencial de nossa plataforma é a capacidade de identificar, analisar e comparar os dados locais com outras cidades para indicar soluções e opções adequadas à administração ou governo”, afirma Raquel Cardamone, CEO e fundadora da Bright Cities

Segundo a executiva, a plataforma simplifica o processo de gestão ao ampliar a visibilidade das equipes públicas na análise de suas cidades, fazendo uma comparação com outros pontos do planeta que viveram situações semelhantes. “É comum ouvirmos falar que cidades inteligentes são aquelas que investem em soluções muito específicas e que propor esse tipo de trabalho é algo extremamente complexo. Queremos mostrar o contrário. Acreditamos que qualquer cidade pode se tornar inteligente a partir de soluções de grande impacto no dia a dia de gestores e cidadãos”, define Raquel.

Experiência e segurança

Cidade inteligente é aquela que promove o bem-estar de seus cidadãos, oferecendo serviços que tornem a vida mais simples, segura e produtiva. Desta forma, a Embratel tem atuado com as prefeituras buscando apoiá-las nas iniciativas envolvendo educação e saúde, atualmente as principais prioridades em função do cenário de pandemia que estamos vivendo. De acordo com Maria Teresa Lima, diretora executiva da Embratel para Governo, na educação, o principal desafio da empresa é garantir que alunos de escolas públicas possam continuar os estudos de forma remota ou híbrida (presencial e remota), oferecendo solução de conectividade móvel com ferramenta de gestão de consumo e de aprendizagem e, em alguns casos, internet patrocinada, para que os alunos possam acessar as plataformas de conteúdo educacional sem consumir seus pacotes de dados. Em complemento, também há uma forte demanda por soluções de Cloud e de segurança de informação.

“Também implantamos projetos para monitorar a temperatura das vacinas durante o trajeto para distribuição e no armazenamento. A solução usa Internet das Coisas (IoT), geolocalização e painel de acompanhamento que pode ser acessado por meio de um smartphone e evita casos como os ocorridos em pelo menos duas cidades do país, onde vacinas se perderam por problema de temperature”, aponta a executiva.

A Embratel tem um vasto portfólio de soluções e serviços e praticamente todos contribuem para transformar as cidades em cidades inteligentes e conectadas. Entre eles vale destacar a Internet dedicada com garantia de banda e qualidade, redes de dados e SD-WAN (Rede Definida por Software), soluções de Wi-Fi gerenciado tanto indoor quanto outdoor, uma vasta gama de soluções de segurança de informação, soluções móveis com gestão e segurança, e plataforma omnichannel. “Temos trabalhado em projetos de iluminação pública inteligente, de segurança pública por videomonitoramento, Analytics e omnicanalidade – maneira eficiente de melhorar a comunicação entre o cidadão e a administração pública, hoje algumas das maiores demandas da sociedade”, encerra.