As fraudes online estão por todos os lados, como evitar?

O mecanismo do crime não chega a ser uma novidade, mas evoluiu com a mesma velocidade que os avanços da tecnologia.

Paulo Costa PH3APaulo Costa, CEO da PH3A. (Foto: Divulgação)

As fraudes online continuam se multiplicando de maneira rápida pela Internet, gerando prejuízos incalculáveis às empresas e instituições. Na eterna batalha entre segurança de dados e ocorrências de fraude, o lado criminoso sempre tira suas vantagens.

Assim, diversos fatos mostram que as fraudes se mantêm firmes e atuantes:

• A cada 16 segundos tem uma fraude bancária, um crime no sistema financeiro eletrônico no Brasil, segundo a Febraban em 11/03/2025.
• Estimativa da Datafolha aponta que o prejuízo causado por roubo e furtos de celulares, além de golpes virtuais ultrapassou R$186 bilhões entre julho de 2023 e julho de 2024.
• De acordo com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, o prejuízo com golpe financeiro superou R$10 bilhões em 2024, crescimento de 17% em relação a 2023.
• Ainda segundo a Febraban, os golpes visando o PIX atingiram R$2,7 bilhões.
• Para o grupo Visa, o Brasil é o segundo país com maior índice de fraudes, com risco de fraudes calculado em 14,24%, relatório de 2023.
• O DataSenado apontou que os golpes digitais atingiram 24% dos brasileiros com mais de 16 anos nos últimos 12 meses, dado de 2024. Pessoas acima de 60 anos foram as mais vulneráveis.
• A ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor) estima que os crimes digitais cresceram 45% em 2024, totalizando cerca de 5 milhões de fraudes praticadas.

Para empresas e instituições de todos os portes, e para os indivíduos comuns, será preciso sempre desenvolver a cultura de segurança de dados, que vai desde os hábitos mais simples, até os sistemas mais sofisticados.

De um Modo Geral, Como as Fraudes Acontecem?

A dinâmica da fraude é sempre a mesma: o fraudador pode ou não aparecer com algum tipo de conversa estranha ou convite. Pelo meio digital, dispara mensagens com links maliciosos, com programas perigosos ao seu dispositivo. Por telefone, o fraudador conversa com vítimas em potencial de boa-fé para provocar nelas a reação perigosa, como entregar senhas ou informações pessoais.

O mecanismo do crime não chega a ser uma novidade, mas evoluiu com a mesma velocidade que os avanços da tecnologia. Assim, por mais que exista essa percepção de perigo, as fraudes continuam crescendo.
Os ataques cibernéticos, como phishing, roubo de identidade e clonagem de cartões, golpes da falsa central de cartões e pedidos de dinheiro por suposto conhecido no Whastapp são os mais frequentes, explorando vulnerabilidades e causando danos significativos para pessoas e empresas. Outros ataques, como os de ransomware, paralisam operações e exigem resgates exorbitantes às vítimas. A captação de dados confidenciais pode gerar golpes que as vítimas só percebem dias, semanas ou meses depois.

Como evitar ou mitigar as fraudes

De um modo geral, as empresas de tecnologia com base de dados (big data) estruturados e atualizados constituem a forma mais segura de cruzar informações e evitar fraudes de qualquer natureza. Porém, o cidadão também pode ajudar nesta empreitada e a seguir tem 10 regras recomendadas.

As 10 Regras de Segurança Imprescindíveis do Cidadão Moderno

Em geral, as pessoas precisam ativar o “modo desconfiança”, principalmente com convites inesperados, seja pessoalmente, por telefone ou no meio digital. Assim, entre outras atitudes, algumas destacam-se como mais importantes:

1. Desconfie de mensagens estranhas, jamais clique em links contidos nelas. Verifique a autenticidade da mensagem e se o remetente é conhecido (ou sua empresa).
2. Nunca forneça informações pessoais ou aceite ajuda de estranhos.
3. Evite usar redes não confiáveis de Wi-fi.
4. Compre em sites seguros e confiáveis; se não conhecer um determinado e-commerce, pesquise sobre ele antes da compra.
5. Desconfie de sites e ofertas com preços muito abaixo do mercado, eles estão cheio de ciladas. Confira sempre a URL.
6. Use um antivírus confiável, existem boas opções pagas e gratuitas no mercado.
7. Evite senhas pessoais óbvias, como nomes e datas relativas a você ou pessoa querida. Gere senhas pessoais “fortes”, com caracteres alfanuméricos e especiais.
8. Sempre que possível, ative a autenticação em 2 fatores para garantir segurança de acesso às plataformas digitais.
9. Nas redes sociais, compartilhe só o que achar realmente necessário, e verifique as configurações de privacidade para se certificar de quem vê suas mensagens.
10. Em caso de dúvida, desconfie e peça ajuda.

Empresas Fortalecem Segurança de Dados com Big Data Estruturado

Para as empresas, os fraudadores tentam invadir sistemas, captar informações sigilosas para uso ou extorsão posterior, ou ainda simularem uma possível relação de cliente para se beneficiar de produtos, serviços ou empréstimos financeiros.

As corporações precisam tomar precauções ainda maiores na área de segurança de dados. Afinal, elas recebem novos dados com frequência. Os melhores exemplos são os e-commerces e fintechs, que precisam analisar dados de novos pedidos de maneira permanente.

Especificamente nas compras virtuais, o grande desafio é ter a certeza de que a pessoa que está do outro lado fornecendo informações é realmente um cliente, e não um fraudador. Então, caso a empresa não tenha esse tipo de preparo, poderá ser vítima de fraudes com prejuízos possivelmente avassaladores. Deixar a proteção de dados em segundo plano é uma decisão de alto risco.

Neste sentido, empresas com tecnologia com big data de dados representam uma grande fortaleza no combate às fraudes online. A capacidade de analisar grandes volumes de dados em tempo real passou a ser imprescindível para identificar padrões suspeitos e anomalias que indicam e abortam atividades fraudulentas.

Através da coleta e análise de informações os algoritmos suportados por big data observam de maneira instantânea:

• Dados demográficos como idade, sexo, renda presumida, etc.
• Informações de geolocalização
• Histórico de transações
• Comportamento de navegação

Com essa inteligência de dados, as empresas podem criar perfis detalhados de usuários para captar comportamentos atípicos para análise mais minuciosa, tornando possível abortar as ocorrências de fraudes na fonte.

Conferências Automáticas e Perguntas-Surpresa

Uma das principais vantagens do Big Data estruturado na prevenção de fraudes é a capacidade de realizar conferências automáticas de dados em tempo real. Assim, a estrutura organizada de dados permitirá a comparação de informações de diferentes fontes e identificar inconsistências que podem indicar fraudes.

Além das conferências automáticas, a tecnologia de Big Data permite criar workflows de conferência em módulos sequenciais, que permitem analisar dados em diferentes etapas do processo. Essa abordagem permite identificar fraudes em diferentes momentos, desde a criação de contas falsas até a realização de transações fraudulentas.

O fato de ter uma base de informações confiável permite, ainda, um outro recurso. Ao longo do fornecimento de dados, o cliente terá na tela perguntas-surpresa. Elas espantam os fraudadores e mantém os clientes reais, que saberão de pronto as respostas solicitadas. Este recurso é um módulo adicional à segurança de dados, que tem se mostrado muito eficaz.

Por exemplo, no momento de fornecimento dos dados, o cliente (ou fraudador) se depara com uma pergunta-surpresa como “Qual foi o site que você visitou ontem?”, seguido de alternativas. Ou, ainda, “Qual veículo você teve nos últimos 5 anos?”, seguido de alternativas. Os clientes reais vão responder facilmente enquanto os fraudadores irão errar, evitando-se a fraude.

Fraudes com Pix, um Problema para Todos

Em função das facilidades de transferência de dinheiro, as transações com PIX, segundo o Banco Central, movimentaram R$ 26,4 trilhões em 2024 e se tornaram uma das fontes preferências de fraudes. Por conta disso, agora em março, o Banco Central aprimorou a segurança deste sistema, não recomendando transações que usem CPFs suspensos, cancelados ou nulos, ou CNPJs suspensos, inaptos, baixados ou nulos. Nesta situação, caso uma instituição financeira execute um PIX para contas irregulares, a responsabilidade pela fraude será da instituição.

Aqui, mais uma vez a tecnologia com dados vai ser de grande valia para se evitar às tentativas de fraudes, fazendo com que as instituições financeiras consultem as informações antes de efetivar uma transação que envolva CPFs ou CNPJs irregulares.

Outras Estratégias Corporativas para Fortalecer a Segurança de Dados

Além da implementação de soluções de Big Data, as empresas podem adotar outras estratégias para fortalecer a segurança de dados. Algumas das principais são:
• Treinamento de funcionários: conscientizar os funcionários sobre os riscos de fraudes on-line e fornecer treinamento sobre como identificar e evitar ataques.
• Implementação de autenticação multifator: exigir que os usuários utilizem múltiplos fatores de autenticação, como senhas, códigos de verificação e biometria.
• Atualização constante de softwares: manter os softwares e sistemas operacionais atualizados para corrigir vulnerabilidades de segurança.
• Monitoramento constante: monitorar constantemente as atividades on-line para identificar comportamentos suspeitos e responder rapidamente a incidentes de segurança.


A segurança de dados é um pilar fundamental para o sucesso das empresas na era digital. A tecnologia de dados oferece estrutura imprescindível para prevenir fraudes online, proteger dados e garantir a confiança dos clientes.
Portanto, ao investir em soluções de segurança de dados e adotar uma postura proativa na prevenção de fraudes, as empresas podem construir um ambiente online seguro e confiável.