Ricardo Bloj, da Lenovo: ‘Tecnologia para o interesse público gera inclusão e preservação da cultura’
Executivo participou do Seminário LIDE | Tecnologia, que reuniu mil pessoas em Barueri para debater a transformação tecnológica para o interesse público.
Seminário LIDE | Tecnologia reuniu mil pessoas em Barueri, São Paulo. (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
Compreender como a tecnologia pode trazer eficiência na gestão pública e aprimorar as atividades do setor produtivo pautaram o debate no Seminário LIDE | Tecnologia, na manhã desta quarta-feira (26), em Barueri. O evento reuniu mil pessoas, entre autoridades, empresários e estudantes para dialogar sobre oportunidades e tendências de mercado com potencial para o desenvolvimento do país.
Ricardo Bloj, presidente da Lenovo, um dos expositores do Seminário, enfatizou projetos da empresa que unem os pontos centrais do Seminário: a transformação tecnológica e o interesse público. De acordo com o executivo, a visão da companhia é levar a tecnologia mais inteligente para todos e ajudar nos maiores problemas do mundo. Neste caminho, citou a parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), em São Paulo, que busca preservar línguas indígenas.
Ricardo Bloj, presidente da Lenovo, durante Seminário LIDE | Tecnologia. (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
“A tecnologia para o interesse público gera inclusão e preservação da cultura”, reforçou Bloj. Neste projeto, são incluídos dois idiomas indígenas do Brasil nos notebooks. Outra área que recebe investimento da Lenovo é a da saúde, que em parceria com o Incor (Instituto do Coração), também em São Paulo, está em processo de desenvolvimento de um equipamento vestível capaz de identificar a recorrência de fibrilação- tudo a partir de Inteligência Artificial.
Como opção de armazenamento, a empresa está dentro de um consórcio internacional de pesquisa básica que de acordo com Bloj, é o “processo do futuro”, que visa substituir o atual procedimento, o LTO Backup Tapes pelo DNA Dara Storage, que armazena os dados em DNA sintetizado. “Uma grama de DNA sintetizado consegue armazenar 215 milhões de gigabytes”, explica. O número representa um milhão de vezes o espaço encontrado em um notebook com a melhor tecnologia atual.
Roger Ingold, sócio fundador da AcNext Capital. (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
Roger Ingold, sócio fundador da AcNext Capital, destacou a pouca conexão entre universidade e mundo corporativo como um dos fatores de atraso do Brasil na transformação digital, apesar do aumento em dez vezes do investimento em inovação no Brasil em 2022. De acordo com o empresário, além desta adversidade, é preciso intensificar a formação técnica dos jovens, assim como fomentar as aceleradoras regionais, o aprendizado em inglês e a visibilidade internacional.
Para ele, a biotecnologia e a economia verde são os setores com potencial para o investimento em tecnologia mundial e que deve ser explorado nacionalmente por ser uma nação com grande potencial nestes segmentos, trazendo o questionamento: nós somos superbons nisso, por eu não ganhamos protagonismo nisso?
Tecnologia para um estado mais servidor
Alberto Leite, fundador e presidente do Grupo EXA. (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
Em uma realidade em que grande parte da população tem acesso aos meios digitais, Alberto Leite, fundador do Grupo EXA, acredita que a transformação tecnológica é crucial para que o estado possa ser mais eficiente no atendimento ao cidadão. “Isso é um ganho populacional e se reverte em produtividade”, que segundo ele, a digitalização tem o poder de economizar de 20% a 50% o orçamento dos serviços.
Para chegar a essa eficiência, o executivo alerta que é preciso pensar em segurança. “O dado de privacidade é o dado mais importante para que se tenha a certeza de que é você”, lembrou. Leite afirma que é necessário preparar o servidor público para lidar com essa demanda a fim de garantir a proteção de todas as informações da população, assim como trazer o tema para a educação, ensinando os estudantes a lidarem com esta realidade e o futuro.
João Lucas Brasio, diretor-executivo da Elytron Security. (Foto: Fredy Uehara/Uehara Fotografia)
No mesmo raciocínio de segurança digital, João Lucas Brasio, diretor-executivo da Elytron Security, correlacionou a Inteligência Artificial e segurança da informação, citando o uso desta ciência para detectar e prevenir ameaças em tempo real, com capacidade de monitorar bilhões de eventos 24 horas por 7 dias da semana, assim como a detecção de sites falsos, identificação de usuários e análise e vulnerabilidade do ambiente corporativo. Apesar destes pontos positivos, Brasil enfatiza que a IA também traz espaços para ações ilegais e antiéticos