Para Huawei, demanda pelo 5G é alta e operadoras já percebem retorno financeiro da rede
Multinacional também aponta experiência do usuário como justificativa para o investimento no 5G.
Multinacional também aponta experiência do usuário como justificativa para o investimento no 5G. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A monetização do 5G, atualmente, é um dos desafios para ampliar a cobertura no país. O setor segue à espera de uma nova aplicação para justificar o uso da quinta geração de internet móvel. Para a Huawei, líder global de infraestrutura para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e dispositivos inteligentes, isso não será necessário. De acordo com a empresa, a demanda pelo 5G já existe e as operadoras já estão percebendo o retorno financeiro dessa nova tecnologia.
Segundo Carlos Roseiro, diretor de Soluções Integradas da empresa, “a Huawei fez um estudo interno com mais de 40 operadoras ao redor do mundo, o qual mostra um aumento de receita em mais de 80% delas”. Ainda de acordo com o executivo, o 5G está se monetizando com o aumento do tráfego de dados proporcionado pela própria tecnologia, levando as operadoras a venderem pacotes maiores: “o incentivo para as operadoras é o aumento do consumo de dados”.
O assunto foi tema durante o Fórum das Operadoras Inovadoras, realizado nesta quarta-feira, dia 10, pelos veículos Teletime e Mobile Time. O executivo abordou o tema para falar sobre o investimento das operadoras na tecnologia 5G, que contribui para levar conectividade para regiões remotas, com pouca conectividade.
Na ocasião, a Huawei também discutiu, junto com outros agentes do mercado, a cobertura da rede de telecomunicações no país e um desafio deixado pelo leilão do 5G: a cobertura em estradas no Brasil.
Durante o leilão, foi estabelecido o compromisso de cobrir 35 mil quilômetros das estradas brasileiras. Este desafio tem raízes históricas, e dificuldades como questões ambientais, redes de energia nos locais, entre outros. Para o executivo, é necessário colaboração dos órgãos reguladores, principalmente porque o país está próximo de uma revolução no mercado automobilístico.
“O Brasil precisa ter uma visão estratégica para construir a infraestrutura necessária para as aplicações do futuro”, diz o executivo. Roseiro complementa dizendo que, atualmente, os carros elétricos utilizam cerca de 15 GB por mês, com aplicações para atualizações de sistema e outras relacionadas a entretenimento. Esse consumo em carros autônomos pode chegar a 40 GB, por isso, a Huawei já adota o modelo de negócios B2V (Business-to-Vehicle), fornecendo tecnologias voltadas para automóveis, que estão cada vez mais conectados e inteligentes.