“Brasil tem que avançar em produtividade e deixar de ser uma vítima da globalização”, afirma Henrique Meirelles
Meirelles (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Roberto Rodrigues (Agronegócio) debateram sobre o futuro econômico do país com o jornalista William Waack.
Rodrigues, Meirelles e Furlan participam de LIDE LIVE. (Foto: Reprodução) |
Os ex-ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, e da Agricultura, Roberto Rodrigues, defenderam os investimentos da iniciativa privada, as ações sustentáveis e equilíbrio fiscal para a retomada econômica no Brasil pós-pandemia. Eles participaram do LIDE LIVE, promovido pelo Grupo de Líderes Empresárias, nesta sexta-feira (11).
A transmissão, ao vivo e interativa, ocorreu em virtude da pandemia da Covid-19, o novo coronavírus, em medidas alinhadas às recomendações da Organização Mundial da Saúde e de autoridades sanitárias brasileiras, respeitando o isolamento social. A live foi mediada pelo jornalista e acadêmico William Waack, e pelo diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto.
Meirelles, ministro da Fazenda entre 2016 e 2018, defendeu a retomada da competitividade de setores industriais. "Precisamos fazer uma série de reformas para que o Brasil avance em produtividade, deixe de ser uma vítima da globalização e passe a aproveitá-la para o seu desenvolvimento, assim como é feito no agronegócio", afirmou.
Para o atual secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, a vacina vai assegurar a retomada da economia. "Teremos um impulso muito grande na economia. Mas ainda devemos ter cuidado com o controle fiscal. O que vai gerar o crescimento sustentável será o investimento do setor privado, já que o governo não terá essa capacidade de investir".
Roberto Rodrigues acredita no protagonismo do agronegócio. (Foto: Reprodução) |
Furlan destacou a pauta da sustentabilidade como elemento indispensável para garantir os investimentos externos no Brasil. "Em um encontro com o Pascal Lamy, ex-ministro da União Europeia, ele comentou que o acordo UE-Mercosul não será fechado enquanto o Brasil mantiver o approach atual em relação à Amazônia. Nós trabalhamos 20 anos para costurar esse acordo".
Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior entre 2003-2007, é indispensável que o atual governo se preocupe em melhorar o índice do Risco Brasil. "Hoje, há uma falta na capacidade de entender o tamanho da má impressão que estamos causando no mundo todo. No caso do Meio Ambiente, poderíamos ser os melhores, mas não estamos sendo".
Luiz Fernando Furlan defendeu a pauta da sustentabilidade. (Foto: Reprodução) |
Rodrigues reiterou que a sustentabilidade, além da segurança alimentar, estarão em foco após o contexto atual. "E esses dois conceitos estão ligados à saúde pública e passam pela agricultura. Precisamos ressaltar que durante a pandemia, o Brasil foi um dos únicos países a aumentar a comercialização de produtos no mercado agrícola", afirmou.
Atual embaixador Especial da FAO, ele lembra que o Brasil deveria aproveitar melhor a alta demanda de países asiáticos por commodities. "A agricultura brasileira mostrou ao mundo a potência do país nesse mercado. Temos tecnologia tropical sustentável, terra disponível e mão de obra para esse trabalho. E as oportunidades de exportação crescem a cada ano".
O LIDE LIVE teve patrocínio da Simpress. A RCE Digital foi a fornecedora oficial do evento.
Encontro foi mediado pelo jornalista Willian Waack. (Foto: Reprodução) |
Diretor-executivo do Grupo Doria, João Doria Neto, participa da mediação do encontro. (Foto: Reprodução) |