"Brasil deve ser modelo de fornecedor mundial sustentável de alimentos, bioenergia e outros agro-produtos", defende Marcos Fava Neves

Professor titular da FEA/USP debateu a imagem do agronegócio com Camila Telles, empresária e defensora do agro, e Jacyr Costa Filho, membro do comitê executivo do Gupo Tereos, no 9º Fórum LIDE do Agronegócio.

6bd6256e-d157-40f8-9d0e-1829a0d53bfbMarcos Fava Neves: protagonismo do agro brasileiro no mundo. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

O professor titular da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA/USP), Marcos Fava Neves, defendeu o protagonismo do agronegócio brasileiro diante do mercado internacional durante o 9º Fórum LIDE do Agronegócio, nesta sexta-feira (23).

O acadêmico participou do painel sobre a imagem do agro com Camila Telles, empresária e defensora do agro, e Jacyr Costa Filho, membro do comitê executivo do Gupo Tereos. O debate teve a participação de lideranças empresariais e representantes do setor público.

"O posicionamento do Brasil deve ser de modelo de fornecedor mundial sustentável de alimentos, bioenergia e outros agro produtos". 

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Marcos Fava Neves debateu imagem do agro com empresários. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Fava Neves elenca três pontos para poder efetivar esse posicionamento. 

"Para isso, temos três dimensões que devem ter projetos de melhoria: de custos na produção de alimentos; diferenciação, como foco na excelência de produtos, qualidades de serviços, protagonismo da ciência; e por fim, as ações coletivas, como cooperativismo, alianças estratégicas, acordos comerciais".

A empresária e defensora do agro, Camila Telles, incentivou o aprimoramento do discurso do setor para alcançar maiores resultados dentro e fora do país. Segundo ela, é indispensável que o segmento desenvolva eficientes planos de comunicação para dimensionar sua importância.

"A gente não pode não falar de redes sociais. O engajamento, ativismo e opinião dos jovens nas redes sociais impactam até em decisões políticas". 

bce03410-8b91-4043-a759-f3ce1f31e0fcCamila Telles: discurso do agro deve ser assertivo. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Camila falou sobre o engajamento social para apresentar o agro às novas gerações e desmitistificar discursos errados sobre o setor. 

"Temos de ser ativistas em prol do agro e falar sobre o assunto em locais e para públicos que não entendem sobre a produção de alimentos, que é o nosso foco. Somos a fazenda do mundo e isso deve ser o nosso orgulho".

O membro do comitê executivo do Grupo Tereos, Jacyr Costa Filho, destacou a relevância do agronegócio brasileiro diante da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, que comprometeu a maior parte dos setores do país.

"O receio do desabastecimento foi eliminado pela eficiência da produção brasileira. Mesmo durante a pandemia, mantivemos o nível de produção e o de escoamento".

09c93bd9-8799-4294-b1c3-e9e36609a4f1Jacy Costa Filho: projeções positivas mesmo diante da pandemia. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Costa Filho destacou as projeções positivas do ano, que acumula recordes da produção nacional

"Neste ano, o Brasil vai representar 50% do açúcar mundial. É um dado fundamental e mostra o compromisso do agronegócio nacional em alimentar o mundo. Sem contar o papel do etanol, que reduz em 90% as emissões de CO2, na narrativa positiva para a imagem do Brasil".

Insegurança jurídica

O presidente do Instituto CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Roberto Brant, criticou a insegurança jurídica da proposta da reforma tributária. Segundo ele, "a reforma propõe transformar todas as pessoas físicas em contribuintes".

"Se estamos falando em segurança jurídica, como um produtor de leite do interior de um Estado vai se submeter à incerteza e à insegurança de se tornar contribuinte com toda a complexidade nas operações?".

e4b0b46d-6bc6-4059-a669-54bddc391b69Ives Granda Martins: insegurança jurídica prejudica o desenvolvimento. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Para o jurista Ives Granda Martins, a insegurança jurídica fortalece a burocracia e prejudica o desenvolvimento do país.

"Temos dificuldade em explicar como vai se interpretar ou como um magistrado ou um desembargador vai atuar em função desse consequencialismo jurídico que eles consideram como a nota dominante da visão do poder Judiciário no sentido de que os fins justificam os meios".

Resiliência 

O diretor do conselho e do comitê de negociações internacionais da Organização Mundial do Comércio (OMC), Victor do Prado, afirmou que a agricultura desempenhou a melhor performance diante de outros setores para enfrentar a pandemia.

"A agricultura e a produção de alimentos se mostraram resilientes à pandemia numa performance muito melhor que outros setores. Entre as razões, está a ineslaticidade da demanda, pois todo mundo precisa comer", disse.

ac0b36c8-c1dc-4e05-bbd7-e8255cdbec83Victor do Prado: agro tem melhor performance na pandemia. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

Prado participou do painel sobre segurança dos alimentos nos mercados interno com o professor sênior de Agronegócio Global do Insper, Marcos Jank, e sócio-diretor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros.

Fórum LIDE do Agronegócio

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, considerou na abertura do evento que o setor deve construir uma dinâmica atualizada para aumento da eficiência da cadeia produtiva.

“A agenda estratégica do agro paulista e brasileiro é uma peça chave para o país. O agro brasileiro se impôs para o mundo como uma solução de segurança alimentar. A pandemia indicou que nós podemos mostrar que somos confiáveis”.

eb92a26a-a972-4117-8dfe-b85baac1e16aGustavo Junqueira: agenda estratégica do agro é uma peça chave para o país. (Foto: Gustavo Rampini/LIDE)

A nona edição do Fórum apresenta como tema central “Agronegócio: agenda estratégica”, com discussões sobre segurança dos alimentos nos mercados interno e externo, segurança jurídica e reforma tributária, infraestrutura e imagem do agro brasileiro. O evento ocorreu de maneira híbrida.