"Agronegócio foi o motor da economia e conseguiu não deixar nosso PIB cair mais", defende Tereza Cristina

Ministra comemora a safra recorde de grãos e aumento nas exportações, resultados que fortalecem a atividade econômica na luta contra a Covid-19.

agricultura_acoes_de_enfrentamento_ao_covid-19_no_pais0104201377Ministra comemora a safra recorde de grãos. (Foto: Agência Brasil)

Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vive um bom momento no comando da pasta. O agronegócio é um dos únicos setores que não foi afetado com a crise do novo coronavírus. Pelo contrário, só cresceu e, ainda, contribuiu para que o PIB brasileiro não sofresse uma queda ainda maior. A ministra, de 64 anos, destacou, em entrevista, que o Plano Safra e as exportações foram elementos essenciais para o setor avançar e vencer as constantes batalhas impostas pela Covid-19.

“O agronegócio foi o motor da economia e conseguiu não deixar nosso PIB cair mais que o previsto. Foi gerador de riquezas para o mercado interno, para as exportações e para o emprego. O agro brasileiro não deixou de empregar”, ressaltou.

O setor está em plena ascensão nos mercados externos e isso é motivo de orgulho para Tereza Cristina. “O Brasil é o celeiro do mundo porque conseguimos alimentar nossos 212 milhões de habitantes e exportar para alimentar mais de 1 bilhão de pessoas no mundo”. As vendas externas do agronegócio aumentaram 10% no primeiro semestre em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 61 bilhões.

Para Tereza Cristina, a abertura de novos mercados foi imprescindível para manter o crescimento das vendas externas e diversificar a pauta, reduzindo a dependência da soja e das carnes. Segundo a ministra, o Brasil passou a exportar alimentos para 51 novos mercado em 2020 como resultado de negociações com parceiros comerciais. Desde 2019, 89 novos destinos foram abertos para a exportação da produção nacional.

Reação

Dentro do agronegócio, um dos principais desafios da ministra nos próximos meses será a implantação do Plano Safra 2020/2021 que destinará R$ 236 bilhões em crédito subsidiado para os produtores rurais. Tereza Cristina já havia declarado em entrevista que o plano privilegia os pequenos e médios produtores que, tradicionalmente, têm mais dificuldade de acesso a crédito. O plano também apoiará projetos de sustentabilidade e de tecnologia da informação no campo.

Segundo o MAPA, os pequenos produtores rurais terão R$ 33 bilhões para financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com juros de 2,75% e 4% ao ano, para custeio e comercialização, respectivamente. Para os médios produtores rurais, serão destinados R$ 33,1 bilhões, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio

Produtor Rural (Pronamp), com taxas de juros de 5% ao ano (custeio e comercialização). Nos financiamentos para grandes produtores, a taxa anual de juros será de 6% para custeio e de 7% para investimento. “Temos compromisso cada vez maior com esse segmento da agricultura. Queremos todos inseridos na base produtiva de nosso país, para que possam crescer”, garantiu.

Ao analisar a safra recorde de grãos 2019/2020, estimada em 253 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ela constata que a articulação com o Ministério da Infraestrutura, no início da pandemia, foi essencial para impedir problemas de logística e evitar desabastecimentos.

“Nós precisávamos organizar o abastecimento do nosso mercado interno e também não descumprir os contratos internacionais. O ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, foi fundamental porque a colheita não pode esperar. O produto precisa ser colhido naquele momento e tivemos um problema de logística e de cuidado com as pessoas nessa pandemia. Montamos um grupo, fizemos um planejamento e, até agora, tudo tem dado certo”, declarou.