Manter o equilíbrio em uma perna ajuda a avaliar a saúde ao envelhecer

Estudo sugere que, com a idade, o chamado equilíbrio unipodal diminui de forma mais acentuada do que a força muscular. Saiba como minimizar essa perda durante a vida.

young-women-doing-fitness-outdoors-togetherEstudo sugere que, com a idade, o chamado equilíbrio unipodal diminui de forma mais acentuada do que a força muscular. (Foto: Freepik)

A capacidade de manter o equilíbrio em uma perna só pode ser uma forma de avaliar a saúde ao envelhecer, sugere um estudo publicado em outubro no periódico Plos One. Essa habilidade pode ser um reflexo do estado geral de uma pessoa, já que exige a integração de vários sistemas (visual, vestibular, entre outros), além de um bom controle neuromuscular, fatores que tendem a declinar com a idade.

Com o envelhecimento, há uma perda em alguns parâmetros, como a força de preensão manual, mudanças na marcha (ao caminhar) e no equilíbrio. E na pesquisa recente, cientistas dos Estados Unidos queriam saber qual desses parâmetros se deteriora mais rápido.

Para isso, avaliaram 40 pessoas saudáveis, divididas em dois grupos – um com mais e outro com menos de 65 anos de idade. Os participantes passaram por vários exames para analisar essas capacidades, incluindo quatro testes de equilíbrio em cima de uma plataforma: manter-se de pé com os olhos abertos, manter-se de pé com os olhos, equilibrar-se apenas com a perna direita e equilibrar-se apenas com a perna esquerda.

Os resultados sugerem que o chamado equilíbrio unipodal (em uma perna só) diminuiu de forma mais acentuada com a idade do que a força muscular, especialmente no caso da perna não dominante. Por exemplo, enquanto os mais jovens conseguiam ficar por cerca de 10 segundos nessa posição, alguns mais velhos não chegavam a dois segundos.

Vale destacar, contudo, que se trata de um estudo transversal, ou seja, que avaliou pessoas com idades diferentes – portanto, não verificou de que forma o mesmo indivíduo envelhece.

“O declínio de desempenho no equilíbrio pode ser um marcador inicial de declínio funcional e do aumento do risco de quedas, mas há diferentes testes de funcionalidade e é difícil falar que um é melhor do que o outro. Na verdade, são complementares”, diz Everton Crivoi do Carmo, doutor em Ciências do Esporte e responsável pela preparação física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação.

Segundo o especialista, há um conjunto de indicadores dentro desses testes que avaliam força, deslocamento, equilíbrio e, consequentemente, a capacidade funcional do indivíduo.

Mais risco de quedas e fraturas

A perda da capacidade de se equilibrar está associada ao aumento do risco de quedas e fraturas, especialmente em idosos, já que os ossos tendem a estar mais frágeis devido à osteoporose.
Esse declínio ocorre por conta da redução da força muscular, da menor velocidade de resposta e da perda de coordenação, associadas a prejuízos neuromusculares. “Ela [a perda de equilíbrio] pode afetar a mobilidade geral, o que acaba comprometendo a independência do idoso, limitando sua participação em atividades diárias e sociais e, consequentemente, afetando sua qualidade de vida e saúde mental”, explica Carmo.

A boa notícia é que isso pode ser evitado, ou ao menos minimizado, por meio de programas regulares de exercício físico, que devem incluir treinamento de força, equilíbrio e coordenação. “Outros exercícios que exigem do controle motor, como o tai chi chuan, o pilates, treinamento de propriocepção e estabilidade, também são eficazes para melhorar o equilíbrio”, orienta o especialista.

Fonte: Agência Einstein