Leandro Faustino, do Instituto Neo: 'A incorporação de novas tecnologias tem sido a tônica no desenvolvimento da lipoaspiração'

Leandro Faustino, cirurgião plástico e fundador do Instituto NEO. (Foto: Divulgação)

O Brasil é um dos países mais procurados do mundo para realização de cirurgias plásticas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) são realizados no país, em média, 2 milhões de procedimentos cirúrgicos por ano, sendo a lipoaspiração, a cirurgia mais realizada pelos brasileiros. Segundo dados recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o país ocupa a segunda posição global em cirurgias plásticas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

A lipoaspiração é um procedimento popularmente conhecido que, em 2023, completou 40 anos. Embora já existissem registros do procedimento desde a década de 1920, especialistas colocam em 1983 o ano da criação dessa técnica. Quase mitológica entre os cirurgiões plásticos do mundo todo, a história conta que o cirurgião francês Yves-Gerard Ilouz criou a técnica para melhorar o contorno corporal de sua própria namorada, uma modelo francesa com algumas gordurinhas extras.

Desde então, essa modalidade cirúrgica vem se transformando em busca de mais segurança e melhores resultados para os pacientes. “Como em outros segmentos da medicina e até da economia como um todo, a incorporação de novas tecnologias tem sido a tônica no desenvolvimento da lipoaspiração” afirma Leandro Faustino, cirurgião plástico e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Faustino, que passou parte de sua formação médica no Massachussets General Hospital da Universidade de Harvard, em Boston – EUA, é sócio fundador do Instituto Neo, instituição privada com foco no ensino de inovações e tecnologias para médicos e cirurgiões plásticos.

“A inovação em medicina e cirurgia é diferente. Na outra ponta da ideia está um paciente e o primeiro passo antes de novos negócios é mostrar que a novidade é segura para uso em um ser humano”, ressalta o médico.

Assim como existem etapas bem definidas para o desenvolvimento de novos medicamentos, existem iniciativas voltadas para a sistematização e desenvolvimento de inovações cirúrgicas. O “IDEAL framework” é uma iniciativa de pesquisadores da Universidade de Oxford que, desde 2009, tentam sistematizar o desenvolvimento de inovações tecnológicas na área cirúrgica. No caso de novos medicamentos, muitos modelos animais são utilizados. No caso de cirurgia, muitas vezes, novos aparelhos são lançados no mercado sem uso prévio em seres humanos.

“O IDEAL é uma iniciativa fantástica para inovação na área cirúrgica. Mas, infelizmente, é pouco conhecido e quase não é ensinado aos jovens médicos e cirurgiões”.

Diante de tantas inovações e tecnologias novas em cirurgia, Faustino decidiu empreender e, além de atender e operar seus pacientes, decidiu ensinar os colegas. Em 2022, no auge do isolamento social induzido pela pandemia de COVID, o médico criou um curso online com cirurgias transmitidas ao vivo para cirurgiões plásticos. “Naquele primeiro momento, focamos em algumas inovações tecnológicas usadas em cirurgia e também no ensino médico, já que as aulas online ainda eram novidade para muitos”.

Atualmente, com quase 200 alunos desde sua fundação, o Instituto NEO criado por Faustino tem em seu portfólio programas de estágio para alunos de medicina e um curso de especialização em novas tecnologias em lipoaspiração. Em formato híbrido, o curso “Neolipo: the Fellowship” é acompanhado por cirurgiões do Brasil todo por transmissão online e recebe cirurgiões plásticos na modalidade presencial.

“Nosso plano é ensinar tudo isso em outros países, para cirurgiões plásticos do mundo inteiro!”, arremata Faustino. Tecnologias para isso, com certeza, não faltarão.