Inter resiste, vira sobre Barcelona na prorrogação e se garante na final da Liga dos Campeões
Em um jogo dramático e cheio de reviravoltas, a Inter de Milão venceu o Barcelona por 4 a 3 na prorrogação, nesta terça-feira, no estádio Giuseppe Meazza, e garantiu vaga na decisão da Liga dos Campeões. Dada como eliminada após sofrer a virada no tempo normal, a equipe italiana reagiu no acréscimo e teve forças para virar o jogo no tempo extra - diante de um adversário valente, que vendeu caro a eliminação.
A classificação marca o retorno da equipe nerazzurra à final após uma temporada de ausência. Vice-campeã em 2022/23, quando perdeu para o Manchester City, a Inter busca agora repetir a conquista de 2009/10 - sua última taça continental, obtida sob comando de José Mourinho com vitória sobre o Bayern de Munique por 2 a 0.
O confronto entre Inter e Barcelona, aliás, reviveu a semifinal daquela mesma edição histórica. Em 2010, italianos e catalães também se enfrentaram nesta fase, com triunfo da Inter por 3 a 1 no jogo de ida, em Milão, num duelo marcado pelo plano tático que opôs Mourinho a Guardiola - e que entrou para a história do torneio.
Na final da Liga dos Campeões, a Inter enfrentará o vencedor de Arsenal e Paris Saint-Germain. O time francês venceu o jogo de ida por 1 a 0 em Londres e decide em casa. A grande decisão será disputada no dia 31 de maio, um sábado, na Allianz Arena, em Munique.
Apesar da eliminação, o Barcelona se despede de cabeça erguida. O time catalão foi protagonista em mais uma semifinal eletrizante, e viu o brasileiro Raphinha igualar uma marca expressiva: com 13 gols e 8 assistências, ele chegou a 21 participações diretas em gols nesta edição da Liga dos Campeões - igualando o recorde de Cristiano Ronaldo na temporada 2013/14, quando o português somou 17 gols e 4 assistências.
A expectativa era alta após o primeiro duelo no Estádio Olímpico Lluís Companys, onde Barcelona e Inter de Milão protagonizaram um jogo eletrizante que terminou em 3 a 3. A Inter chegou a abrir dois gols de vantagem, mas viu os donos da casa reagirem com força. Com o equilíbrio da ida, o confronto de volta no Estádio Giuseppe Meazza prometia - e começou com novidade importante no time italiano: Lautaro Martínez, ausente por lesão na primeira partida, foi escalado como titular. Já o Barcelona lidava com os desfalques de Balde e Koundé, enquanto Lewandowski, recuperado de problema físico, ficou no banco.
Em campo, a Inter foi empurrada por uma torcida vibrante e abriu o placar aos 20 minutos. Dimarco desarmou Dani Olmo no meio, acionou Dumfries com liberdade pela direita, e o ala cruzou rasteiro para Lautaro. O argentino dominou e finalizou com precisão para fazer 1 a 0.
O time nerazzurro era amplamente superior e o segundo gol parecia questão de tempo. Aos 45, Lautaro invadiu a área e foi derrubado por Cubarsí, pênalti. Çalhanoglu cobrou com frieza e ampliou: 2 a 0.
A Inter foi para o intervalo com uma vantagem confortável, mas voltou a mostrar fragilidade diante da reação catalã - repetindo o roteiro da ida. No segundo tempo, o Barcelona entrou com outra postura e descontou logo aos oito. Gerard Martín cruzou da esquerda, e Eric apareceu livre na área para bater de primeira e fazer 2 a 1.
O gol incendiou os visitantes, que passaram a sufocar a Inter. Aos 14, nova jogada pela esquerda com Gerard Martín, que levantou na segunda trave. Dani Olmo apareceu sem marcação e empatou: 2 a 2.
A pressão do Barcelona aumentou, e o time chegou a ter um pênalti assinalado após Mkhitaryan derrubar Yamal na entrada da área. Mas, após revisão do VAR, o árbitro voltou atrás e marcou apenas falta. Na cobrança, o perigo não se concretizou.
Vendo sua equipe ser dominada, Simone Inzaghi agiu: tirou Lautaro, muito importante no primeiro tempo, mas já visivelmente esgotado. A mudança, porém, não alterou o cenário. O Barcelona continuava superior e passou a exigir defesas importantes de Sommer, que brilhou em chute colocado de Yamal.
O momento era todo do time espanhol, e a virada veio aos 41. Em jogada rápida pela direita, Raphinha chutou cruzado, Sommer espalmou, mas no rebote o próprio brasileiro completou para virar: 3 a 2.
O gol parecia selar o destino da semifinal, com a vaga encaminhada para o Barcelona. Mas a Inter ainda tinha uma última resposta. No acréscimo, Dumfries cruzou na área e Acerbi apareceu como um verdadeiro centroavante para finalizar e empatar: 3 a 3. Um gol que manteve viva a esperança italiana - e levou o jogo para a prorrogação. Alguns torcedores chegaram a deixar o estádio e tentavam desesperadamente voltar para as arquibancadas, sendo impedidos pelos seguranças.
No tempo extra, o equilíbrio deu o tom inicial, com as equipes se estudando e demonstrando sinais de desgaste físico. Mas a Inter foi paciente e soube esperar o momento certo para dar o bote. Aos oito, Thuram fez jogada espetacular pela esquerda, carregando com força e habilidade. Na área, ele rolou para Taremi, que fez o pivô com inteligência e deixou Frattesi na cara do gol. Com categoria, o meio-campista bateu firme e colocou os italianos novamente em vantagem: 4 a 3.
A chuva intensificou no segundo tempo da prorrogação, mas não diminuiu o ritmo da Inter de Milão, que fez Szczesny trabalhar em grande defesa após um chute de Frattesi. O Barcelona teve a melhor oportunidade para levar a decisão para os pênaltis com uma cabeçada de Lewandowski, mas a bola passou por cima. Yamal também tentou, sem sucesso. Com isso, a Inter avançou e despachou o clube espanhol, garantindo sua vaga na final.