Crescimento de empresas no Brasil é desigual entre os estados, aponta pesquisa

Levantamento mostra que houve um crescimento de mais de 16% na quantidade de empresas ativas no país.

PAM_6798Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp. (Foto: Divulgação)

A BigDataCorp, maior datatech da América Latina, divulgou a segunda edição de seu estudo “CNPJs do Brasil”, que analisa o cenário das empresas no país. Em março de 2025, o Brasil superou a marca de 64 milhões de CNPJs registrados, com 39,18% desses ainda em atividade. Foi um crescimento de 16,11%, saindo de 21,8 milhões de estabelecimentos para 25,3 milhões. No entanto, esse avanço não foi igualmente distribuído em todo o país.

Em termos regionais, o estudo revelou que São Paulo continua sendo o maior centro empresarial do país, com 31,34% das empresas ativas. Minas Gerais e Rio de Janeiro ocupam o segundo e terceiro lugares, com 10,28% e 8,27%, respectivamente. Os estados da região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), Bahia, Ceará, Goiânia e Pernambuco completam a lista dos 10 mais representativos. Coletivamente, esses 10 estados concentram 82,13% dos negócios em operação.

População e Atividade Empresarial

Uma das formas de se analisar a distribuição geográfica das empresas no país é avaliar a proporção entre a população de um estado e a quantidade de empresas que estão sediadas no mesmo. Se todas as condições para o empreendedorismo fossem exatamente iguais ao redor do Brasil, e dado que a vasta maioria (88,49%) das empresas são micro e pequenas, o número de empresas em um determinado estado deveria estar diretamente relacionado com o número de pessoas que moram nele. Em outras palavras, a proporção entre o percentual das empresas do Brasil que tem sua sede em um estado e da população brasileira que habita nele deveria ser muito próxima ou igual a 1.

No entanto, não é isso que observamos. Em São Paulo, por exemplo, essa razão é de 1,45, a mais alta do país. Esse número nos diz que São Paulo tem 45% mais empresas do que seria esperado se as condições fossem equilibradas. Santa Catarina (1,41), Rio Grande do Sul (1,21) e Paraná (1,29) são outros estados com uma proporção PJs/PFs elevada. Do outro lado, Maranhão, Pará, Amazonas, Acre, Amapá e Roraima apresentam uma razão inferior a 0,5, ou seja, temos quase 60% menos empresas sediadas nesses estados do que seria esperado dada a sua população.

“Todo mundo sabe que as condições para empreender não são iguais ao redor do Brasil. Além de incentivos locais, como a redução de impostos, e das características socioeconômicas distintas de cada região, existe também um efeito de rede, onde o fato de um estado ter muitas empresas estimula a criação de novos negócios dentro dele, aumentando a concentração que observamos ao longo do tempo.” comenta Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp.

Polos de Crescimento

Apesar da liderança de São Paulo, a pesquisa também revelou que estados como Santa Catarina e Mato Grosso têm se destacado pelo crescimento acelerado, bem acima do restante do país. Mato Grosso cresceu 10,04%, enquanto Santa Catarina registrou um aumento de 10,36% em comparação com 2024. Goiânia, Amazonas e Roraima completam a lista dos estados com a maior taxa de crescimento no último ano.

Esse rápido aumento na quantidade de empresas fora dos centros tradicionalmente enxergados como os motores da economia mostra que o empreendedorismo está se espalhando além dos redutos conhecidos. Ele reflete uma diversificação importante no panorama nacional.

“A concentração de empresas em estados mais populosos, como São Paulo, é natural, mas também escancara o potencial inexplorado de regiões menores. O crescimento expressivo em estados como Mato Grosso e Santa Catarina mostra que o empreendedorismo está encontrando novos caminhos fora dos grandes centros urbanos, e isso é essencial para o equilíbrio econômico do país”, finaliza o executivo.