John Rodgerson: fusões são ótimas para o ecossistema de companhias aéreas

Empresário contou para Sonia Racy, as expectativas para o futuro do setor, passando por temas como turismo e desafios frente aos cuidados sanitários. Leia, assista e ouça!

John Rodgerson/DivulgaçãoJohn Rodgerson, presidente da Azul Linhas Aéreas. (Foto: Divulgação)

Em entrevista ao programa Show Business, o presidente da Azul Linhas Aéreas (desde 2014), John Rodgerson, trouxe novidades do setor aéreo brasileiro, que juntamente ao turismo, foi um dos segmentos mais afetados com a pior crise sanitária deste século. Apesar disso, o executivo demonstrou otimismo com a retomada econômica. No decorrer da conversa, ainda foram discutidos os erros cometidos na gestão de empresas do mesmo ramo, que levaram à derrocada financeira; além do papel dos governos para oferecer transformações no sistema logístico, melhorar e ampliar as condições de infraestrutura existentes. Assista, em vídeo, abaixo. Confira: 

Como a pandemia vem afetando os negócios da aviação, a médio e curto prazos, no país?

Não posso deixar de falar sobre o quão é triste ver o que o Brasil está sofrendo neste momento com a pandemia, Sonia, onde há pessoas morrendo de covid. Voltei recentemente de uma viagem aos Estados Unidos e, só lembrando, lá era o país com maior concentração de mortes, até então há pouco tempo. Hoje, o Brasil aparece com um triste saldo crescente. A vida nos EUA, está voltando a normal, aos poucos. Mas você pode estar se perguntando: ‘como isso foi possível?’, a resposta é: por causa da vacinação de grande parcela dos americanos. Em tese, a imunização, em massa, é também a melhor saída para o Brasil. Para que, daqui a alguns meses, possamos contar com essa volta ao normal. Nutrindo positividade, rumo a um horizonte mais ‘azul’, onde os sonhos viram realidade. No decorrer desses acontecimentos, esperamos voar muito mais, conectar gente, dar um abraço nas pessoas mais uma vez. Tenho visto isso nos EUA, então, nutro esperanças disso acontecer conosco em breve.

Como vocês estão se organizando para quando esse bom momento acontecer realmente?

Primeiramente, temos que ser realistas ao afirmar que esta pandemia não vai durar para sempre. Por isso, pensamos e planejamos o futuro. Mantemos nossa equipe de pilotos e comissários sempre a postos, além da nossa frota de aviões à disposição. Fizemos aquisições e receberemos um grande volume de novos veículos. E a tecnologia é nossa aliada para a retomada, pois a maneira como trabalhamos vêm mudando. Também passamos a observar certos comportamentos neste período, as pessoas têm mais flexibilidade de irem à praia numa quarta-feira à noite, trabalhando remotamente, no home-office, enquanto as crianças e o resto da família podem aproveitar a estadia para conhecerem novos lugares. Ou seja, graças a essa flexibilidade, podemos viabilizar mais voos. Não deixa de ser uma oportunidade.  Atualmente, estamos recuperando o tempo perdido com o surgimento das vacinas, algo que certamente será o diferencial para a retomada.

Na sua percepção, qual é o medo mais presente dos passageiros atualmente, diante da pandemia?

Acredito que temos vários tipos de medo. Recentemente, peguei um voo e me anunciei como presidente da empresa. Nessa ocasião, conversei com os passageiros a bordo da aeronave para saber como se sentiam, e as pessoas estavam muito calmas aparentemente. Elas tinham somente intenção de irem para seus destinos, conforme notei durante o bate-papo. E uma coisa que certamente tanto todos que ali estavam e que utilizam o avião como meio de se locomover concordam: é que aeronaves são um dos lugares mais seguros para se estar. A nossa companhia garante essa segurança por meio dos sistemas de filtragem e de limpeza, além de exigirmos o uso da máscara. Posso dizer, que buscamos manter o lugar com os mesmos cuidados protocolares que mantemos uma unidade médica. Mas, a temerosidade é muito relativo, pois há casos de quem teme ser infectado em situações variadas. Nesse voo, por exemplo, notei que todos ali estavam animados a voltarem a voar,  com disposição de contarem com nosso serviço e conhecerem outros lugares. Às vezes, recebo até 10 ligações por dia, com alguém me perguntando algo do tipo: quando as fronteiras vão reabrir? A partir de ações assim, percebo que há muita gente que deixou o medo do vírus de lado para seguir suas vidas. Juntando essa percepção e as boas expectativas, posso afirmar que há real chances de podemos retomar à vida que tínhamos antes e voarmos muito mais alto.

 

Aproveitando o momento John, quando é que você acha que as fronteiras vão abrir novamente?

Existem expectativas para que o governo americano faça essa reabertura em breve. Porque nos Estados Unidos, há uma cobertura vacinal em boa parte do Brasil.  Já nos EUA, está no patamar em que pessoas com cerca de 12 anos já estão sendo vacinadas. Acredito que isso faça alguma diferença e logo teremos novidades. Não é mais uma espera de meses extensos como esperávamos anteriormente. Penso ainda que temos que estar preparados para quando este momento acontecer, pois temos que nos organizar de prontidão e já disponibilizarmos mais aeronaves. Porque a demanda será muito alta, tal como em ocasiões passadas.

Quais são os países que a Azul opera atualmente?

Nós temos opções de voo para Portugal, Estados Unidos, Uruguai e Argentina. Lembrando que alguns desses países, ainda estão com suas fronteiras fechadas, porque esperam alguma retomada normalidade.

Existem planos para incluir outros destinos de viagens ao exterior, como, por exemplo, para mais países da Europa?

Isso está no nosso radar sim, mas não necessariamente é nossa maior prioridade. O maior intuito da empresa é o de retomar ao patamar de antes da pandemia, expandir serviços e aumentar a frequência dos voos que temos na rota. Destinos como as cidades de Porto, Lisboa e Flórida. Queremos ousar mais, focando nos voos para Fort Lauderdale, partindo das cidades de Belém, Recife, Campinas e dos Confins, sendo quatro cidades conectadas a essa cidade dos Estados Unidos. Já pensou o norte e nordeste com voos diretos para lá? Seria incrível! Então, penso que abrir o leque de novos destinos é uma forte possibilidade a nossa agenda de objetivos. Mas, estrategicamente, pensamos também no que nossos clientes desejam, com olhar sobre às regiões que já operamos. Depois dessas etapas concluídas, pararemos para estudar a inclusão de mais destinos. 

Pelo que se sabe até o momento, a Azul tem pretensão de comprar as operações da Latam no Brasil, porém, há resistências nessa negociação... Pode falar mais a respeito?

Por enquanto, não temos novidades. Mas não é um processo tão simples de ser detalhado, caso possa parecer, Sonia. Posso afirmar, até aqui, que vejo pontos positivos nas aquisições. Sem citar nomes, recentemente, a United Airlines fez uma ordem de compra de mais de 500 aeronaves. Em síntese, é uma empresa aérea dos Estados Unidos, que comprou mais aviões que todas as empresas brasileiras do setor. Como isso foi possível? Porque houve fusões e investimentos na mesma área, anos atrás. Naquele país, as empresas do ramo são muito fortes, pagam seus impostos, recebem incentivos e se mantém firmes no mercado, com suporte ao time de colabores. Desse modo, vejo as fusões como algo saudável para o desenvolvimento econômico de uma nação. É uma atitude necessária e gera mais parcerias. No Brasil, temos muitos problemas com empresas consideradas voo da galinha: àquelas deslancham depois caem, começam de novo, em seguida caem e assim sucessivamente...

Detalhe que isso não é um problema exclusivo da aviação...

Não, é verdade. Mas, no país, temos dilemas como, por exemplo, um piloto que demora cerca de 10 anos para chegar ao cargo de comandante. E, de repente, quando ele consegue, a empresa em que ele trabalha, fecha as portas. Consequentemente, esse profissional é mandado embora, sem perspectivas de voltar ao mercado. Isso é muito ruim. Lembro do estresse ocasionado após a Avianca Brasil ter quebrado, há pouco mais de dois anos. Esse é um exemplo bem prático e recente. O que houve? Usuários tiveram passagens canceladas, em torno de cinco mil pessoas foram demitidas na ocasião, além de outros transtornos. Houve ainda um processo de perda muito significativo nessa situação.


Pensamos diferente no nosso modelo de gestão. Atualmente, trabalhamos com mais de 120 cidades no país, prestando vários serviços. Praticamente, uma nova aquisição seria um ótimo negócio para nós, enquanto empresa e benéfico também aos clientes, poderá aumentar o leque de opções no futuro. Detalhando em pontos positivos: uma empresa que consegue se associar a outra do mesmo setor, acabará agregando mais pessoal, terá mais veículos na frota. O próprio governo também deveria ver essa atitude com bons olhos, porque é uma ação que vai gerar mais impostos e, consequentemente, proporcionará mais arrecadação e investimentos. Com certeza, as companhias americanas recebem muito mais dinheiro do que o governo ofereceu para elas operarem. Nós, por exemplo, somos uma organização global, pensamos e agimos como tal. E juntamente a esse processo que citei, temos que, primeiramente mudar a cultura e parar de ter pensamento vira-lata, achando que os estrangeiros são melhores. Se mudarmos esse pensamento, passaremos a agir como as empresas grandes fazem estrategicamente falando, com o adendo do aumento de capacidade e motivação para chegarmos longe a mais aeroportos do Brasil e do mundo.

E como convencer o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre os benefícios de uma aquisição como a que falamos anteriormente? 

Não temos uma sobreposição como a Latam, que possuem 15% disso, dentro das operações. Não é uma questão de tentar convencer o órgão, mas sim, de mostrar dados. Por exemplo, quando a Lan comprou a TAM, eles automaticamente tiveram participação de mais de 80% do mercado aéreo chileno. O que acontece, é que outros países podem comprar ativos no Brasil e, por outro lado, brasileiros não podem fazer negócios como gostariam... Está aí algo que não faz muito sentido para mim. Porque a Avianca, na Colômbia, tem mais de 75% de representação naquele país. Ainda tem a Gol, que possui número presença muito forte neste ramo. Pois bem, vejo a fusão como algo saudável para o consumidor, funcionários e para as empresas, pois isso fortalece as operações e o relacionamento com todos os envolvidos. São fatos que demostram essas negociações em contextos positivos. Pode-se olhar exemplos de países da Europa ou até mesmo nos Estados Unidos. O Brasil, Sonia, abriu em 100% o capital estrangeiro. Um gringo pode começar um empreendimento amanhã, se ele quiser. E, lembrem-se, que os gringos e os europeus recebem incentivos financeiros dos seus respectivos governos. O que eu quero dizer, é que não temos essa vantagem aqui no Brasil, mas o governo dos Estados Unidos pode depositar dinheiro para os nossos concorrentes em alguns voos? Isso não faz muito sentido para mim. 

Durante a crise sanitária, o governo dos EUA deu US$ 50 bilhões para as empresas áreas sobreviverem. No Brasil, devido ao cobertor curto, não ofereceram esse montante como auxílio. Como é que um país como menos recursos pode sustentar uma indústria desse porte sem ajuda governamental?

Quero deixar claro, antes de fazer meu comentário, que uma coisa que não temo é a concorrência, Sonia, pois é algo natural no nosso mercado. E fomos eleitos a melhor empresa aérea do mundo pelos nossos passageiros. Um reconhecimento que é mérito dos nossos funcionários e tripulante. Mas, confesso que incomoda quando um determinado governo oferece incentivo financeiro para um concorrente. Explicarei a lógica em seguida... Porque funciona da seguinte forma, quando olho para empresas dos Estados Unidos, lembro das nossas operações em cidades como de Belém, com destino para o país. Veja bem, estou concorrendo automaticamente com essas empresas, que tiveram dinheiro praticamente doado pelo governo americano e ainda possuem frotas muito maiores e outros recursos otimizados. Então, esse é um ponto que deveria ser levado em conta no contexto de desvantagem de investimentos. O Cade poderia estar atento a isso. Ainda nesse processo, paramos para pensar sobre como devemos proteger empregos aqui país, com foco na proteção aos consumidores. É uma reflexão que eu faço sobre qual seria o movimento saudável para nosso mercado.

Para facilitar, vocês têm pareceres jurídicos que fomentam uma fusão ou compra, cujo está incluída a tese de que a Azul possui concorrentes?

O que Cade faz nos importa muito, pois é um órgão completamente independente. No entanto, eles precisam proteger o consumidor, porque fazendo isso, haverá um atendimento às minhas operações e a dos meus concorrentes, justo. Observando quais entre nós têm habilidades para chegar de uma região a outra... Isso é algo muito bom de ser avaliado. No quesito comportamento no mercado, somos um bom exemplo, basta notar que a Azul possui conexões com qualquer lugar do mundo, conectado esses lugares com Congonhas, principal aeroporto de São Paulo, tal como ocorre com nossas competidoras. Enfim, são situações positivas que geram incentivo e mostram que não somos plenamente dominantes. E, um acréscimo, quando vim para o Brasil, não foi com intuito de roubar clientela da Gol, Latam e similares, pois nós criamos nosso próprio modelo neste mercado. Nosso intuito sempre foi o de expandir operações, ver muito mais gente voando. Agora, há poucos brasileiros voando, é verdade. Mas, ainda assim, queremos ir além, quiçá, chegando a 800 cidades, muitas delas precisam de serviços aéreos...

Mas se você não tem demanda, como é que esse objetivo vira realidade?

É possível criar demanda conectando com outros centros do país e do mundo. Existe demanda quando você consegue conectar uma cidade pequena no interior de Pernambuco, por exemplo, com qualquer outra.  Nós temos 119 na nossa rota. Seria ideal que cada vez mais entrassem cidades para nossa linha, consequentemente, veríamos o PIB daquela cidade se elevando, trazendo fortalecimento, geração de emprego, renda e imposto, ou seja, seriam ações para melhorar a vida as pessoas. Essa é a magia: conectar cidades pequenas às internacionais. Além de ampliar o serviço nos aeoportos já cosolidados como Congonhas, o de Brasília, Guarulhos. Seria muito positivo os resultados a longo prazo para crescimento do mercado. Em sequência a isso, virão mais aeronaves de portes médio e grande, variando as opções que temos juntamente a esse cenário. 

Mas, se Latam não quiser ser comprada, qual será sua atitude perante a essa situação?

Sonia, esse é um processo que leva tempo, quando se fala em uma conjectura judicial, quem acaba decidindo são os credores em casos assim. É uma condição normal, quando você levanta mais recursos e projetamos da seguinte maneira: se o indivíduo não vai pagar, então os credores têm que observar qual é a melhor opção entre os compradores para receber o melhor retorno financeiro. É a lei do retorno que precisa fazer acontecer, mas não dá para prever o que irá ocorrer neste processo. É incerto. Funciona com aceno financeiro e não depende somente de nós. Não temos novidades a respeito da postura da empresa. A Latam possui as demandas e processos deles, exclusividade, além dos credores, que precisam estar contentes com a proposta final e eles que terão opinião mais forte no fechamento do negócio.

O que você prevê para o setor no pós-pandemia?

Só posso me apegar a nossa expertise, que é pensar como uma empresa grande, nos moldes da Azul faz. Cheguei à companhia em 2008, desde então, sobrevivemos e fizemos vários investimentos neste anos que passaram. Temos mais de uma década de operações aqui no país pela frente. Nós pensamos que nem sempre haverá tempo e resultados bons sempre, por isso, é que nos organizamos para passarmos períodos de crise, como este que enfrentamos. Isso é ser realista para criar estratégias voltada às melhorias e enfrentamento de desafios. Estamos nos preparando para o futuro nutrindo muita positividade. 

Mas passamos por várias situações, no último ano, por causa da covid...

As empresas e as pessoas têm que estar preparadas para o futuro, estando focadas sempre na eficiência de cada dia. A gente precisa pensar mais nisso, porque algo novo vai começar já não tem novos novos empregos. Começando aqui no Brasil, então nós temos que estar preparados para tudo. 

Como a empresa está conseguindo acesso a financiamentos durante este período tão complicado?

Tem o mercado de capitais. Há algumas semanas atrás, levantamos R$ 3 bi provindos dos recursos das dívidas. Ainda levantamos R$ 2,5 bilhões, no ano passado. Nossa indústria é super intensiva em capital, então tem que ser pronta para captar dinheiro em qualquer momento. Acho que o mundo está indo em direção de relacionamento estratégico, com parcerias ou algo do tipo. Esse movimento será importante para passar crises como essas, empresas têm que ser fortes.

De algum modo, vocês estavam preparados para uma pandemia dessa  proporção?

Ninguém estava preparado, isso é fato. Esta empresa é dirigida pelos fundadores, por isso nos sentamos com fornecedores e tripulantes e deixamos claro isto: a culpa das baixas financeiras não é nossa! Então, temos essa abertura com nossos colaboradores, de estabelecer um diálogo no intuito de chegarmos num consenso e resolvermos possíveis problemas que surgirem. Nossa receita foi para zero praticamente, mas recuperaremos. Se fizermos isso juntos, nós voltaremos a ter uma empresa muito forte do outro lado. Mas, se ficamos brigando com quem deve ser nossos parceiros, isso não vai adiantar e trará mais problemas. Nós fazemos isso com sindicatos, fabricantes de aeronaves, tudo amigavelmente. Hoje, tivemos que sentir essa dor e nos preparar para o futuro. isso foi feito aqui, mas as empresas áreas fizeram o mesmo ao redor do mundo. Algo super saudável para o mercado. Agora, estamos alinhados ainda mais com nossos fornecedores e colaboradores e também acionistas. Sobrevivemos a pior crise econômica e sanitária do mundo. Algo muito pior que 11 de setembro. Muito real com a supervalorização do real e outros custos. Seguimos nossa força-tarefa sanitária, executando a limpeza nas nossas aeronaves, que aumentaram, o custo médico também teve reajustes. Mas, se estamos vivos agora e mais engajados em todos essas mudanças, prospectando o futuro.  

A indústria área trabalha com as projeções econômicas brasileiras? Como é feito um planejamento em cima disso?

Não podemos olhar o Brasil como se ele se resumisse a São Paulo ou Brasília. Meu maior desejo é ter todos os brasileiros conhecendo outras regiões, que coisa incrível está acontecendo por lá e as oportunidades de crescimento que aparecem por lá. O Brasileiro tem que voltar e começar a voar, tem pessoas que nunca voaram na vida. O brasileiro voa menos do que algumas nacções da América do Sul, como chilenos e arentinos.  a maioria dos brasileiros da Classe A conehcem ocidades da europa, mas não costuma procurar belezas dentro do país, manaus, foz do iguaçú;

Não é por falta de voo então?

Às vezes é por falta de infraestrutura em alguns lugares, mas acho que, se as crianças crescem e não conhecem as belezas do país, como vão amá-las? Acho que brasileiro tem que viajar muito mais dentro do país. A melhor pesca, as cataratas, as praias melhores do mundo estão aqui.

Qual é sua opinião sobre a infraestrutura de turismo e aeroportuária no país?

O que ministro Tarcisio fez nos últimos 18 meses, ele vendeu vários aeroportos pelo brasil. tem se investindo muito mesmo. nod hoteis, todo o brasileiro quer ir para a mesma praia na mesma semana do ano, parece ritual, quando chega o final de ano. Existem tantas outras opções. Está lotado e caro naquela semana, é possível encontrar lugares mais baratos em outros dias da semana. Porque tem infraestrutura em muitos destinos, se pensarmos em outros tempos do ano. não há infraestrutura que aguente se houver uma alta procura e demanda ao mesmo tempo. É preciso repensar certos conceitos e mostrar outras opções, um final de semana prolongado, quando você sai quinta e volta na segunda-feira. isso abre uma oportunidade imensa para que o viajante conheça mais lugares. 

Você pode comentar sobre os últimos investimentos em tecnologia e sustentabilidade.

Ficamos combinados desde já, Sonia, a próxima vez que eu for entrevistado te colocarei numa aeronave da Azul porque garanto que o nosso wi-fi funciona muito bem, se bobear, até melhor que o da sua casa (risos). E tem a vantagem de ser de graça para os passageiros, o mais rápido do mundo. É muito bom. No desenvolvimento sustentável, nos anunciamos um grande projeto no Amazonas, conectando o estado inteiro. Acho que você só pode proteger um lugar se ele estiver conectado, podendo ver o que está acontecendo. 17 cidades no Amazônia Legal, chega em casa por meio da logística da nossa empresa. Teremos aeronaves sobrevoando o estado inteiro, veículos que poderão fazer um monitoramento, ver se algo está queimando, porque é um compromisso que assumimos para  reduzir a emissão de queima de carbono e zerar isso até 2045, tomara. O investidor espera muito esse tipo de iniciativa, você tem que fazer algo de benéfico para o mundo.

Houve transporte gratuito para vacinas durante esta pandemia?

Nós transportamos vacinas, médicos e insumos gratuitamente. A Gol foi a primeira empresa a fazer isso, então, seguimos o exemplo deles nesse sentido. Só em parte, porque também transportamos órgãos, ainda oferecemos aprimoramento a nossa equipe de colaboradores. 2 mil voluntários dentro da azul fazendo cada um com sua parte.

Atualmente, a empresa faz compensação de carbono?

Ainda não fazemos, mas faremos em breve. Essa maneira de reduzir e zerar.

E, se de repente, o governo conseguisse retirar a jabuticaba, conhecida como cobrança do ICMS do diesel da aviação?

Esse assunto é complicado, porque é um recolhimento estadual e da união. Podemos fazer muitas coisas para reduzir impostos e obtermos mais lucro. Isso incentivará o investimento de capital no país, geração de emprego e renda. São coisas importantes e prioridades para nós.