KPMG lista 10 tendências para o setor de infraestrutura
Relatório gala especialmente de setores críticos, como energia e infraestrutura urbana.
Relatório gala especialmente de setores críticos, como energia e infraestrutura urbana. (Foto: Unsplash)
Em 2024 deve haver mais progresso e adoção de inovação em infraestrutura, especialmente em setores críticos, como energia e infraestrutura urbana. Também a quantidade de capital filantrópico alocada para o desenvolvimento de infraestrutura está aumentando e o magnetismo dos centros urbanos está se dispersando. Ao mesmo tempo, parece haver um contínuo deslocamento em direção à descentralização da infraestrutura. Essas são algumas das perspectivas do relatório “Tendências Emergentes em Infraestrutura em 2024 – Possibilitando transições” produzido pelos líderes de infraestrutura da KPMG em diversos países e territórios.
“A infraestrutura é fundamental para catalisar o crescimento econômico e facilitar o comércio. Para tanto, será necessária uma mudança nos mecanismos de financiamento, inovação nos regimes regulatórios, novas técnicas de construção, muita flexibilidade e criatividade”, diz Leonardo Giusti, sócio-líder de Infraestrutura, Governo e Saúde da KPMG no Brasil.
O conteúdo da KPMG aponta dez tendências dos novos caminhos nas áreas de atuação do setor de infraestrutura:
Foco mais amplo para a transição justa: o maior desafio consistirá em garantir que o investimento, o desenvolvimento e os resultados de sustentabilidade sejam distribuídos equitativamente entre os mercados desenvolvidos e emergentes.
Virada geopolítica: atores e investidores em infraestrutura devem se concentrar em encontrar maneiras de medir, gerenciar e mitigar os riscos acarretados pelas incertezas geopolíticas e econômicas.
Aumento do capital filantrópico: os investidores filantrópicos estão usando uma força financeira e expectativas de retorno diferentes para ajudar os bancos de desenvolvimento multilaterais (MDBs) a atrair mais capital do setor privado para seus projetos, com o uso de formas de 'financiamento misto'.
Rumo à "malha de infraestrutura”: o magnetismo dos centros urbanos está se dispersando. O mundo será fundamentalmente diferente para planejadores e investidores em infraestrutura que terão o desafio de criar mecanismos de desenvolvimento que conversem com essa nova dinâmica nos seus projetos.
Contratação de tecnologia: considerando maior demanda tecnológica por parte de governos e instituições internacionais, haverá mais progresso e adoção de inovação em infraestrutura, especialmente em setores críticos, como energia, ambiente construído e infraestrutura urbana.
Impulso à transmissão de energia: na busca por um caminho para a emissão zero de carbono (net zero), espera-se que os investidores aumentem a pressão por meio da alocação de capital, como também que os órgãos reguladores atuem mais em cobranças de progresso nessa área. Há expectativas sobre a criação de programas inovadores por parte das instituições globais que incentivem o capital para a transição energética nos mercados emergentes.
Reforma do escopo regulatório: com a definição de temas como segurança cibernética, resiliência, descarbonização, financiamento e inovação para o âmbito dos reguladores, acredita-se que debates trarão expansão a essas capacidades regulatórias e alcancem o auge em muitos mercados.
Ceder sem quebrar: os desenvolvedores de infraestrutura adotarão soluções baseadas na natureza em vez de insistirem no uso do concreto. Isso está ganhando destaque devido ao crescente corpo de evidências que sugere sua eficácia, sustentabilidade e acessibilidade superiores em relação à tradicional "infraestrutura cinza".
Corrida pelo crescimento sustentável: os formuladores de políticas e líderes devem perceber que o crescimento sustentável equitativo, distribuído de maneira uniforme, é a solução para muitos problemas. Isso exige um trabalho de colaboração entre as nações, ainda que, no momento, muitos países optem pela prática de proteção nacional.
A próxima fronteira: a tendência é que governos e planejadores de infraestrutura passem a atribuir maior ênfase à criação de flexibilidade em seus designs, estando assim prontos para o recebimento de novas tecnologias disruptivas sem maiores impactos internos.
“Precisamos mudar a maneira como planejamos, financiamos, desenvolvemos e operamos nossa infraestrutura, pois ela é a base da renovação urbana, estabelece os fundamentos para a transformação digital e pode contribuir para a equidade social”, afirma Tatiana Gruenbaum, sócia-diretora líder do segmento de Infraestrutura da KPMG no Brasil.