Três em cada dez Conselhos de Administração não têm mulher entre seus membros

Representatividade feminina foi um dos aspectos analisados em estudo da EY com 143 conselheiros e executivos de grupos empresariais no Brasil.

group-people-working-out-business-plan-officeRepresentatividade feminina foi um dos aspectos analisados em estudo da EY com 143 conselheiros e executivos de grupos empresariais no Brasil. (Foto: Freepik)

Em 31% dos Conselhos de Administração com membros independentes, não há sequer uma mulher entre os conselheiros, demonstra pesquisa realizada pelo EY Center for Board Matters (CBM) com 143 respondentes entre membros de Conselhos e executivos de grupos empresariais no Brasil. "A diversidade de gênero nos Conselhos de Administração é crucial para fundamentar decisões mais equilibradas do colegiado, além de representar uma vantagem competitiva em um mercado onde flexibilidade, inovação e adaptabilidade são diferenciais", avalia Daniela Brites, sócia de consultoria em Gestão de Pessoas na EY.

Entre os 69% dos Conselhos de Administração com membros independentes contando com pelo menos uma mulher, o setor de serviços lidera (83%), seguido da construção (64%); manufatura (61%); financeiro (59%); energia e mineração (57%); e bens de consumo e agronegócio (50%).

Ao considerar somente o mercado de capitais, 74% das empresas têm conselheiras independentes. Nas empresas familiares, essa porcentagem cai para 62%. Ainda segundo o estudo, os conselheiros independentes estão com frequência na vanguarda da defesa de práticas empresariais que não apenas visam ao lucro, mas também contribuem positivamente para a sociedade, meio ambiente e para um horizonte ampliado de stakeholders, como acionistas, colaboradores, reguladores, fornecedores, clientes e comunidade.

Recrutamento

O estudo mapeou as práticas de recrutamento dos conselheiros independentes. Para isso, perguntou aos entrevistados quem foi responsável pela definição nas empresas do perfil desejado para esse profissional. Em 35% dos casos, o perfil foi definido pelo presidente do Conselho de Administração ou pelo próprio Conselho.

Com relação aos canais para recrutamento dos conselheiros independentes, em 31% dos casos, eles são buscados a partir da rede de contatos dos acionistas. Em 27% das vezes, o recrutamento se dá pela rede de contatos dos próprios membros do Conselho de Administração. Em 18% dos casos, é acionada a rede de contatos do presidente do Conselho. Isso demonstra, na avaliação de um acionista e conselheiro independente entrevistado pelo estudo, que o setor ainda é dominado por indicações de familiares e ex-executivos em detrimento das melhores qualificações para exercer o cargo.