Popularização do Open Finance cresce, amplia gama de serviços e torna o consumidor cada vez mais protagonista
Serviços agregados implementados pelo sistema financeiro têm chamado atenção dos clientes e ganho mais adesão da população.
Brasileiros são adeptos a interações via WhatsApp e o Iniciador de Pagamentos, que simplifica as operações via Pix. (Foto: Unsplash)
O Open Finance vem ganhando cada vez mais adesão dos brasileiros. De acordo com um estudo realizado pelo instituto Ipsos a pedido da TecBan, a parcela de brasileiros que considera serviços de Open Finance relevantes saltou de 58% para 69% entre 2019 e 2023, enquanto os que se dizem motivados a adesão foram de 54% para 67% no mesmo período. À medida que o sistema financeiro cresce e se populariza, aumenta também a oferta de serviços e de competição, além de melhorar o ambiente para colaboração entre as instituições.
Com foco no compartilhamento de dados bancários de usuários, uma das principais premissas do sistema é unificar as informações dos clientes, ajudando as empresas a oferecerem serviços personalizados e transformando o consumidor em protagonista. Algumas tendências vêm se destacando e caindo no gosto do brasileiro, como as interações via WhatsApp e o Iniciador de Pagamentos, que simplifica as operações via Pix.
“Conhecendo melhor o funcionamento e confiando nas instituições, os clientes vêm aumentado seu nível de exigência, especialmente porque ficaram aptos a experimentar novos serviços de diferentes instituições e utilizar novas plataformas antes de escolher aquela que atende melhor às suas necessidades”, comenta Roberto Monfort, diretor da vertical de Mercado Financeiro da multinacional brasileira FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios.
Evolução do Open Finance traz tendências para o segmento
Embora o Open Finance ainda esteja em desenvolvimento, a maioria das empresas financeiras do país está regulada e implementando novidades para entregar ofertas hiper personalizadas aos clientes que consentiram com o compartilhamento de dados.
O Pix já era “queridinho” e foi a primeira forma de pagamento disponível para o Open Finance. O Iniciador de Pagamentos, considerado sua evolução, é uma opção ainda mais otimizada e eficaz de transação. O processo tornou-se fluido e sem trocas de tela ou interrupções, uma conexão que ocorre por meio de APIs. O usuário é automaticamente direcionado para a sua instituição financeira, onde precisa apenas validar e confirmar a operação antes de retornar ao recebedor do pagamento. Todo o procedimento é seguro e autorizado por meio de login e senha, além de ser protegido e regulamentado pelo Banco Central.
Outra tendência interessante é a figura do gestor de finanças, um serviço dos bancos e fintechs voltado para a educação financeira. A ideia é que o serviço entenda a fase da vida em que o cliente se encontra e ofereça produtos que se encaixam nos planos de cada um.
“Com o personal financial management, o cliente dá consentimento para compartilhamento de dados de todas as contas - que atualmente gira em torno de cinco contas bancárias por brasileiro. Com isso, ele centraliza todas as informações, permitindo uma visão 360º das fontes de renda, despesas, limites pré-aprovados etc”, explica Monfort.
Esse tipo de processo gera facilidade para o usuário e segurança para as instituições financeiras tomarem suas decisões, avaliando o comportamento do cliente. “Além disso, os bancos também conseguem fazer o benchmarking de seus concorrentes e pensar em estratégias de defesa e ataque para poder conquistar e fidelizar esses consumidores”, pontua o executivo.
O Open Finance também permite a viabilização de ofertas de serviços financeiros em outros canais, como empréstimo pessoal no checkout de um e-commerce para o cliente que não tem limite suficiente no cartão de crédito, por exemplo.
“Essa tendência, conhecida como Beyond Banking, empodera o indivíduo com um maior poder de compra, favorece o e-commerce com o aumento da taxa de conversão e ticket médio e garante que a instituição financeira terá um Custo de Aquisição de Clientes (CAC) muito menor. E, para que tudo isso ocorra de forma eficaz, já que o modelo traz inúmeras oportunidades, o suporte com especialistas no setor se faz crucial, já que estamos falando de uso de tecnologias, que envolvam segurança e garantam a regulamentação correta”, conclui Roberto.
O Open Finance se encontra em sua quarta fase, que permite a junção de participantes e reguladores de fora do sistema bancário. Um levantamento da Entidade de Implementação do Open Banking (OBIE) aponta que já são mais de 800 instituições participantes, entre bancos, fintechs e cooperativas de crédito de todos os tamanhos, somando mais de 10 bilhões de trocas de informações entre instituições no Brasil.