Mercado de capitais segue em recuperação e ofertas somam R$ 46,1 bilhões em outubro, terceiro maior volume do ano
No acumulado de 2023, emissões atingem R$ 337,3 bilhões, com queda de 24,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No acumulado de 2023, emissões atingem R$ 337,3 bilhões, com queda de 24,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. (Foto: Unsplash)
O mercado de capitais brasileiro segue em trajetória de recuperação. As emissões atingiram em outubro o terceiro maior volume mensal do ano, totalizando R$ 46,1 bilhões, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O resultado ficou atrás apenas de setembro (R$ 57,8 bilhões) e junho (R$ 46,7 bilhões) e representa um aumento de 8,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já o volume captado nos primeiros dez meses de 2023 ficou 24,4% abaixo do mesmo período de 2022, chegando a R$ 337,3 bilhões.
As debêntures somaram R$ 28,5 bilhões em outubro e registraram o segundo melhor desempenho do ano, com alta de 24,8% ante o mesmo mês de 2022. No acumulado de 2023, chegaram a R$ 170,4 bilhões, com volume 24,6% menor na comparação com igual intervalo no ano passado. A maioria das emissões nesse período foi direcionada para gestão ordinária dos negócios (38,2%) e investimentos em infraestrutura (34,8%).
O prazo médio dos papéis subiu para 8,9 anos, bem acima do contabilizado no mesmo intervalo em 2022 (6 anos). Considerando apenas as debêntures incentivadas (lei 12.431), destinadas a financiar projetos de infraestrutura considerados prioritários, o prazo médio de 2023 atingiu 14,4 anos ante 11,7 anos no mesmo período do ano passado.
O CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) foi outro destaque do mês. As emissões chegaram a R$ 6,1 bilhões, o maior valor de 2023, com um salto de 75% no confronto com outubro de 2022. Entre os instrumentos de securitização, aparecem em seguida CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), com R$ 3,2 bilhões, e FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), com R$ 2,9 bilhões.
Nos produtos híbridos, os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) também alcançaram em outubro o melhor desempenho do ano. As ofertas somaram R$ 3,7 bilhões, mais do que o dobro (141,6%) do montante contabilizado no mesmo mês de 2022. Já considerando os dez primeiros meses do ano (R$ 20,8 bilhões), houve aumento de 39,9% na comparação com janeiro a outubro de 2022.