São Paulo lidera participação no setor automobilístico nacional

Segundo os dados, São Paulo aumentou sua participação de 51% para 55% no Valor de Transformação Industrial, o VTI nacional, entre 2012 e 2022.

carros-patio-montadora-sao_bernargo_sp1-marcelo_camargo_ag brasilCrescimento representa uma recuperação significativa em relação ao período pandêmico. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Estado de São Paulo, maior polo industrial automotivo do Brasil, lidera a parcela industrial de automóveis participativa do Valor de Transformação Industrial, o VTI nacional, segundo dados do estudo O desafio do setor automotivo no Estado de São Paulo, realizado pela Fundação Seade. O VTI nada mais é do que a soma do valor agregado de todas as indústrias do País no processo produtivo, que mede a riqueza gerada por estas no processo de transformação e, no setor automotivo, entre 2012 e 2022, São Paulo aumentou sua participação de 51% para 55%.

O crescimento representa uma recuperação significativa em relação ao período pandêmico, ainda em 2020, quando o índice registrou o menor valor do Estado, de 26,1%, consequência das restrições na cadeia de suprimentos, que afetaram expressivamente o setor automotivo paulista. Entretanto, apesar disso, a pesquisa apontou que a participação da indústria automotiva entre as atividades inclusas no VTI estadual apresentaram uma queda significativa. A taxa caiu da primeira posição, com 15,2%, em 2010, para a quarta posição, com 9,8%, em 2022, atrás dos setores de derivados de petróleo (16,8%), alimentos (15,4%) e química (12,7%). A alteração apresenta uma mudança na redistribuição dos pesos das atividades industriais, o que indica mudanças na composição industrial do Estado.

Avanço chinês

Os pesquisadores também ressaltaram o avanço de liderança da China, impulsionada principalmente pelas conquistas tecnológicas, especificamente na área dos veículos elétricos. A mudança de protagonismo tem reorganizado os parâmetros da competitividade global, impactando, inclusive, o Brasil, que busca cada vez mais atrair novos investimentos para a área dos modelos híbridos flex, mais eficientes que os comuns.

Isso, de acordo com os autores, vem da necessidade em atender aos avanços das tecnologias de transição, como os híbridos, por exemplo. Essa tendência incentivou a produção de veículos híbridos flex, tecnologia que combina motores a combustão e elétricos e que oferece uma solução prática e eficiente com maior flexibilidade energética e acessível desde o segundo semestre de 2024. Essa tendência traduz-se na soma de R$ 92,05 bilhões, que serão investidos na área entre o período de 2021 e 2030 – 51% das montadoras estão concentradas no Estado de São Paulo, além de contar com o crescente interesse de montadoras estrangeiras.

Para os autores, a centralidade paulista advém da relevância de seu parque industrial automotivo e da liderança na produção e inovação no desenvolvimento de biocombustíveis, o que a posiciona como um dos principais agentes na transição para tecnologias mais sustentáveis no setor.