Nova política comercial dos EUA exige reação estratégica do Brasil, alerta Paulo Henrique Costa
Presidente do BRB critica tarifas americanas sobre produtos brasileiros e defende ação coordenada para proteger cadeias produtivas e atrair investimentos.
Em meio ao avanço do protecionismo global, o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, alertou para os impactos das novas tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras. Durante a 14ª edição do LIDE Brazil Investment Forum, em Nova York, ele defendeu uma resposta estratégica e coordenada para preservar a competitividade do país em um cenário de crescente fragmentação global.
“Os Estados Unidos passaram a priorizar a produção doméstica, procurar reduzir os déficits comerciais. Isso resultou na aplicação de uma tarifa base de 10% para todas as importações. No nosso caso, com taxas específicas envolvendo aço, alumínio, veículos e energia”, afirmou.
Costa ressaltou que setores como siderurgia, automotivo e etanol já sofrem os efeitos dessas medidas, que geram incertezas nos investimentos e aumentam os custos das exportações brasileiras. Ele também destacou o papel dos bancos públicos, incluindo o BRB, na oferta de linhas de crédito e apoio à exportação.
“Precisamos transformar esse choque em oportunidade. Cabe a cada uma das instituições atuar proativamente, convertendo a adversidade em impulso para o desenvolvimento econômico soberano, sustentável e menos vulnerável a esses fatores externos”, concluiu.
Segundo Costa, a resposta a essa nova fase da política comercial americana deve ser baseada em “diálogo, equilíbrio e visão de futuro”, reforçando o compromisso do Brasil com a responsabilidade fiscal, estabilidade macroeconômica e previsibilidade regulatória.