Ibovespa sobe com minério, antes de feriado chinês, e fluxo, apesar de mau humor em NY
Após cair 0,20%, na mínima aos 122.206,78 pontos, o Ibovespa mudou de direção na manhã desta segunda-feira, 27, e retomou a marca dos 123 mil pontos vista no fechamento do último dia 21. A valorização atinge quase toda a carteira teórica, que tem 87 ações. Segundo analistas, o movimento reflete oportunidades de preços e entrada de fluxo.
A alta interna vai na contramão da queda expressiva no mercado acionário futuro em Nova York, por temores com o setor de tecnologia nos Estados Unidos. Lá, destaque ao Nasdaq que cede em torno de 3,50%.
Como o Ibovespa tem poucas ações correlacionadas a este segmento, não acompanha as bolsas norte-americanas. "Não surfa nessa onda. Daqui a pouco começa amanhã tem o feriado do Ano Novo Lunar na China. Com menos notícias de lá, o impacto negativo para mercados emergentes fica limitado", diz Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital. "O fluxo aqui está muito positivo, ainda porque o Ibovespa está barato", completa.
Nesta manhã o dólar opera com volatilidade, em meio à proximidade da definição da taxa ptax, e os juros futuros cedem seguindo o recuo dos rendimentos dos Treasuries, apesar do avanço nas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Em Daliah, hoje, o minério de ferro fechou com alta de 1,06%, enquanto o petróleo opera em baixa moderada.
Antes que a agenda da semana ganhe tração, ações da Petrobras e o debate sobre medidas para reduzir os preços dos alimentos pelo governo ficam no radar.
Quanto à estatal, a ANP determinou a unificação dos campos de Berbigão e Sururu, no pré-sal da Bacia de Santos, operado pela Petrobras com 42,5% de participação. Com isso, a produção será reportada em um único campo, majorando a alíquota no recolhimento de Participação Especial, de forma retroativa à data de início da produção. A Petrobras disse que avalia, no âmbito do consórcio, a adoção das medidas cabíveis.
Além disso, segue no foco a discussão sobre reajuste nos valores dos combustíveis, em meio à defasagem em relação aos preços negociados no exterior e ao aumento de ICMS sobre combustíveis a partir de 1º de fevereiro.
Às 15 horas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá a presidente da Petrobras, Magda Chambriard e os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa.
Ao mesmo tempo, Lula reiterou ontem em vídeo que irá se reunir com atacadistas, produtores e donos de supermercados para encontrar uma solução para que a "comida chegue mais barata" à população.
O governo tenta encontrar medidas para baratear os alimentos. Na sexta-feira anunciou que poderá reduzir as alíquotas de importação desses produtos. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, poderão ter as alíquotas cortadas os itens que estiverem mais caros no mercado interno em relação ao internacional.
"O fato de buscar preços equalizados com o exterior é um bom sinal. Ou seja, não vai cortar por cortar, vai acompanhar o cenário internacional", pontua o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, completando que isso também alivia os mercados.
Quanto à agenda, a semana será marcada por com decisões de juros nos Estados Unidos, zona do euro e Brasil, além das primeiras leituras do PIB dos EUA e de países europeus do quarto trimestre de 2024. Também são esperados balanços das big techs Apple, Microsoft, Meta e discursos dos presidentes do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE).
Aqui, será o primeiro Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando de Gabriel Galípolo, que assumiu o Banco Central este mês. "Esperamos que o Copom eleve a Selic em 1 ponto porcentual de 12,25% para 13,25% ao ano, com Galípolo demonstrando que seguirá a linha da antiga gestão, sem pressão", avalia Laatus.
Na sexta-feira o principal indicador da B3 fechou em queda de 0,03%, aos 122.446,94 pontos.
Às 11h28 subia 1,05%, aos 123.728,06 pontos, ante alta de 1,24%, aos 123.959,23 pontos, e abertura em 122.206,78 pontos (-0,02%). Só sete ações cediam, entre elas Weg ON (-5,91%), Automob ON (-3,23%), Raiadrogasil ON (-1,64%). Vale recuava 0,34%. Já Assai ON liderava as altas, com 8,46%. Entre os papéis ligados a commodities, CSN ON subia 4,365; Petrobras avançava entre 0,66% (PN) e 0,25% (ON). No caso de bancos, os ganhos eram de até 2,00% (Banco do Brasil ON).