Avatarização: O futuro do trabalho pode se parecer muito com a ficção científica

Os avanços na realidade aumentada e virtual prometem revolucionar o local de trabalho. Essas tecnologias incluirão o uso de avatares para ajudar a humanizar a experiência do trabalho remoto à medida em que as empresas mudam para um modelo de trabalho híbrido ou totalmente remoto.

Antonielle Freitas (11) (1)Antonielle Freitas, advogada e sócia do Viseu Advogados (Foto: Reprodução)

O que é um avatar?

Para o povo hindu, ‘Avatar’ significa manifestação corporal de um ser supremo, imortal, que ocupa um corpo terrestre. Representa a personificação de uma divindade, uma manifestação divina na terra. Em outras religiões também é usado este termo lembrando as encarnações de outras divindades.

No meio digital, o termo foi primeiramente utilizado para a representação virtual de uma pessoa, com a criação de figuras semelhantes ao usuário permitindo a personalização, ganhando, assim, um corpo virtual.

Um avatar na internet nada mais é do que a representação por meios virtuais, utilizando uma animação de si mesmo com as suas principais características. 

A avatarização extrapola o entretenimento e alcança os relacionamentos profissionais

A “avatarização” se dá de diversos meios, seja através da utilização de modelos 3D, tecnologias de reconhecimento facial, e até mesmo uma junção das duas. Sendo muito utilizada em várias plataformas para entretenimento e profissionalmente.

O futuro do trabalho pode se parecer muito com a ficção científica em alguns anos, à medida que os avanços na realidade aumentada e virtual, bem como nas tecnologias sem fio 5G e 6G, revolucionarão a maneira como interagimos digitalmente.

A pandemia impulsou a adoção dessas tecnologias e essa tendência deve continuar ao longo dos próximos anos.   Segundo relatório emitido pela PwC, até 2030, quase 23,5 milhões de empregos em todo o mundo usarão realidade aumentada e virtual para treinamento, reuniões de trabalho ou para fornecer melhor atendimento ao cliente. 

A avatarização pode influenciar novos comportamentos da sociedade

O avanço do digital e da inteligência artificial têm proporcionado uma nova utilização para o termo avatar. Novas dimensões dão cara, corpo e voz para essas inteligências e permitem que se criem importantes vínculos entre marcas e consumidores.

Para a advogada Antonielle Freitas, head de Proteção de Dados do Viseu Advogados, “A avatarização extrapola o entretenimento e, à medida que inova a comunicação entre marca e pessoas, ganha relevância como vetor de negócios e traça novos códigos para o marketing de influência.”

Muitas empresas já buscam a avatarização como principal mecanismo de influência com sua audiência e como porta-voz dos valores da marca e novos direcionamentos, estabelecendo uma maior empatia do que simplesmente uma tela com algoritmos que respondem às perguntas de forma fria.

Avatares representando marcas podem ser uma tendência?

Os avatares, que, grosso modo, são influenciadores digitais e verdadeiros embaixadores das marcas, são usados ​​há alguns anos para interagir e engajar, muitas vezes assumindo formas irreverentes e criativas, fugindo do tradicional modelo de comunicação mais sério adotado por muitas marcas, como os mascotes Pinguim da Ponto Frio, o Baianinho das Casas Bahia, a Lu da Magazine Luiza, a Nat da Natura, a Rennata da Renner, a Bia do Bradesco e a Eva da Ticket.

No mercado internacional da moda, temos avatares influenciadores digitais famosos como Lil Miquela, com mais de 1,5 milhão de seguidores, que foi contratada pela marca Prada para uma parceria e foi escolhida como It Girl do verão pela Vogue e também lançou uma música no Spotify e Noonoouri, com 126 mil seguidores, atraiu a atenção de celebridades como o estilista Marc Jacobs, a editora Suzy Menkes e a top Naomi Campbell.

Podemos aguardar interações com avatares no mundo real

Considerando o Metaverso, focado nas interações, e a tecnologia de Realidade Aumentada (RA), que adiciona elementos virtuais (em forma de gráficos ou imagens) em nosso ambiente real, com a utilização de óculos inteligentes, lentes e aparelhos especiais, é perfeitamente possível a interação entre avatares e o mundo real. Como exemplo, temos o game Pokémons Go, que permite o usuário capturar Pokémons virtuais pela cidade. A integração entre o mundo real (físico) e o mundo virtual é o principal objetivo dessa tecnologia e, em um futuro breve as interações com o mundo virtual e real permitirão que tenhamos uma interação muito mais aprimorada como nunca vimos antes.

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