Pesquisa aponta que renda dos brasileiros no primeiro tri de 2022 é a pior em dez anos
O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), André Braz, afirmou que a tendência para o resto do ano é de piora.
Dados cruzam com levantamentos feitos pelo IBGE e FGV IBRE (Foto: Agência Brasil)
Com a inflação batendo recordes – como o pior resultado para março desde 1994, 1,62% -, os brasileiros se vêem cada vez mais endividados e inadimplentes. O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada pelo IBGE, mostra que a renda real do brasileiro no primeiro trimestre de 2022 caiu para R$ 2.548, o pior resultado para os três primeiros meses do ano desde 2012.
Em entrevista à CNN Brasil, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), André Braz, afirmou que a tendência para o resto do ano é de piora, especialmente no que diz respeito aos preços dos alimentos.
“A previsão da inflação para o ano é que termine em 7,7% e da alimentação em 13%. Para o trabalhador de baixa renda, de até dois salários mínimos e meio, o avanço do preço dos alimentos é o que mais onera o orçamento”, pontuou.
De acordo com o instituto, o rendimento real dos trabalhadores teve um aumento de 1,5% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao trimestre anterior, de outubro a dezembro de 2021. No entanto, na comparação com os três primeiros meses de 2021, houve uma grande queda, de 8,7%.
Das dez categorias de atividades que o IBGE monitora, os trabalhadores de apenas duas tiveram aumento na renda real entre os primeiros trimestres de 2022 e 2021. os da agricultura (+1,8%) e construção (5,8%).
Outras sete tiveram redução: comércio e reparação de veículos (-2,8%); transporte, armazenamento e correio (-0,7%); alojamento e alimentação (-5,2%); informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-4,6%); outros serviços (-3,4%) e serviços domésticos (-0,6%).