Jovens estão mais confiantes com emprego, aponta pesquisa
Indicador apontou que percepção negativa das famílias em relação à sua situação financeira continua predominando.
A percepção por outras faixas etárias, as pessoas com idade entre 25 e 34 anos também se mantêm em patamar otimista. (Foto: Pixabay)
A confiança dos jovens consumidores brasileiros, com idade entre 18 e 24 anos, está em patamar otimista (acima de 100 pontos), de acordo com o Índice Nacional de Confiança (INC), pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) encomendada à PiniOn. O indicador geral segue estável em agosto, com 91 pontos, e sob a tendência de elevação para os meses seguintes. O INC reflete a predisposição das famílias brasileiras para consumo, bem como a percepção sob assuntos relacionados à emprego, renda, situação financeira atual e futura. A pesquisa foi realizada com 1.676 pessoas.
Se observada a percepção por outras faixas etárias, as pessoas com idade entre 25 e 34 anos também se mantêm em patamar otimista.
“Os entrevistados com idade entre 18 e 34 anos representam a parcela onde se concentra o teletrabalho, modalidade que ganhou impulso na pandemia, enquanto aqueles com idade de 35 anos ou mais concentram a maior parcela da massa de rendimentos”, contextualiza o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa.
Com a amostra do indicador foi possível entender, por exemplo, que se analisado o nível de escolaridade, o grupo de entrevistados com ensino superior registrou elevação de 4,2% na confiança, em relação ao mês anterior. A confiança dos entrevistados com ensino fundamental ficou estável, enquanto os que têm ensino médio completo registrou leve queda.
Para Ruiz de Gamboa, o aumento da confiança do grupo com nível superior se explica pela maior probabilidade de encontrar emprego, num contexto de avanço da ocupação. “Esse grupo também corresponde ao que tem acesso à maior informação sobre a recuperação da atividade econômica”, frisa.
Percepção das famílias X situação financeira
O INC apontou que a percepção negativa das famílias em relação à sua situação financeira está predominante. O economista pondera que houve melhora relativa na comparação com o mês anterior, mantendo-se a impressão de maior segurança no emprego.
Essa percepção negativa continua refletindo na menor disposição a adquirir itens de maior valor como, carro e casa, mas a melhora relativa aumentou a intenção de compra de bens duráveis, tais como, geladeira e fogão.
Por outro lado, as expectativas positivas sobre a situação futura financeira e a evolução do País seguem prevalecendo entre os entrevistados, mostrando novo aumento em relação à leitura anterior.
“O resultado do INC de agosto, apesar da estabilidade geral, indica a recuperação da confiança do consumidor, baseada principalmente na melhora das expectativas com relação à sua situação financeira futura, e também pela percepção menos negativa da situação atual”, avalia o economista.
A recuperação da confiança dos consumidores, ainda de acordo com Ruiz de Gamboa, se explica pela recuperação da atividade - maior do que se esperava -, refletindo positivamente na ocupação, e pela injeção de recursos oriundos de transferências de renda concedidas pelo Governo Federal, dos reajustes dados aos servidores estaduais e municipais e da ampliação da margem de crédito consignado.