Projeto Favela 3D já tem as primeiras casas reformadas na Favela do Haiti

Projeto é uma parceria do The Town com Gerando Falcões, Vozes das Periferias, Gerdau, Fundação Grupo Volkswagen, Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo.

IMG_5700Durante o encontro foram apresentados os resultados e andamentos do projeto Favela 3D. (Foto: Divulgação)

A poucos meses de sua primeira e histórica edição, o The Town ressalta os rápidos avanços com as ações do Favela 3D, que trazem soluções que promovem o desenvolvimento social na Favela do Haiti, em São Paulo. Hoje, o festival ao lado da ONG Gerando Falcões, Gerdau, Fundação Grupo Volkswagen, Vozes das Periferias, Estado de São Paulo e Prefeitura de São Paulo, promoveu uma coletiva de imprensa na Favela do Haiti e mostrou a evolução da implementação do projeto na comunidade. Ludmilla e Criolo, destaques no line-up do The Town, nos palcos Skyline e The One, respectivamente, estiveram presentes pelo local, tiveram a oportunidade de conhecer a fundo o projeto e foram convidados pelos moradores a visitarem as casas reformadas.

Durante o encontro, foram apresentados os resultados e andamentos de ações realizadas até o momento e que envolvem melhorias habitacionais, abastecimento de água, saneamento e instalação de hidrômetros em parceria com a Sabesp, formação de lideranças comunitárias, construção de sobrados e assobradados sustentáveis, construção do Museu de Arte Pública, além da divulgação em primeira mão do projeto de reforma da praça central e do mapeamento de todas as famílias que farão parte do Programa Decolagem. Com o projeto, 290 famílias (o que equivale a cerca de mil pessoas) já estão sendo impactadas por ações que promovem o fortalecimento comunitário, empregabilidade, empreendedorismo, capacitações profissionais e acompanhamento individualizado das famílias.

A iniciativa faz parte do propósito “Por Um Mundo Melhor”, que conecta pessoas pela música e ajuda a transformar vidas a partir de causas. Roberto Medina, presidente da Rock World, empresa que criou e organiza o The Town e o Rock in Rio, destaca que desde 1985 o Rock in Rio já pensava em ações para a construção de um mundo melhor e, agora, The Town também seguirá esta filosofia. "Já na primeira edição do Rock in Rio tivemos um olhar voltado para a conscientização das pessoas para o fato de que pequenas atitudes no dia a dia são o caminho para fazer do mundo um lugar melhor para todos. Desde então seguimos na busca por inspirar cidadãos, empresas, órgãos e instituições para se juntarem a nós para espalhar esta iniciativa por todo o país, promovendo mudanças na qualidade de vida de milhares de pessoas. Vamos usar todo o poder de comunicação do The Town para ampliar conversas necessárias chamando atenção da política pública e do empresariado como um todo para que mudanças efetivas na sociedade possam acontecer.", afirma Roberto.

IMG_5832Projeto é uma parceria do The Town com Gerando Falcões, Vozes das Periferias, Gerdau, Fundação Grupo Volkswagen, Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo. (Foto: Divulgação)

Até o momento, o projeto da Favela do Haiti soma vinte e três casas que passaram por melhorias habitacionais, entrega de dois novos projetos de casas sustentáveis,abastecimento de água para 100% comunidade até o final de agosto em parceria com a Sabesp –, além da entrega do projeto de reforma da praça central da favela em parceria com a Escola da Cidade, kickoff do projeto “Museu Arte Pública”, que traz arte para todo o envelopamento da favela, envolvendo moradores no processo de criação de todos os murais artísticos, a contratação pela prefeitura via seu Programa Operação Trabalho (POT) de 20 moradores, para que trabalhem nos cuidados da horta comunitária que será construída e de mais 22 moradores para trabalharem do cuidado de praças no entorno da região. Também já foram doadas 176 caixas UMA (unidade de medição de água) e 50 caixas d’água pela Sabesp para a comunidade.

Em andamento, estão a qualificação profissional de 60 moradores do território, 76 melhorias habitacionais, formação de oito lideranças comunitárias, construção de 16 sobrados e assobradados sustentáveis, e o mapeamento de todas as famílias que farão parte do programa decolagem. Também foi realizado um trabalho robusto na área de capacitação, em que foi feito diagnóstico para entender que técnicas deveriam avançar primeiro nos cursos com SEBRAE/SENAI. Por meio desta parceria, já fecharam a primeira turma do curso de Design de Unhas e estão em andamento as inscrições no curso Montagem e Manutenção de Computadores.

42001B40-785B-4D7C-AE01-111DF0AFAA4C
Edu Lyra, fundador e presidente da ONG Gerando Falcões. (Foto: Divulgação)

Entre os próximos passos estão o início da construção da Praça Central da comunidade e do seu entorno, investimento no projeto Semente de 10 empreendedores do território e a regularização da iluminação da favela. Para acompanhar o andamento das obras e entregas previstas, foi instalado um "dignômetro" na praça central. Este é um painel que vai ser constantemente atualizado para que a população local esteja a par de todas as ações que estão sendo realizadas. Ele será fundamental para um acompanhamento macro dos objetivos da primeira etapa do projeto, trazendo as porcentagens de espaços revitalizados, moradias transformadas, pessoas no mercado de trabalho e pessoas qualificadas.

Roberta Medina, VP de Reputação de Marca da Rock World (CBRO), destaca a importância do projeto. "Acreditamos que o bem-estar individual depende do bem-estar coletivo e que com o compromisso e investimento da iniciativa privada, em parceria com a esfera pública, é o caminho para fazermos do nosso país um lugar melhor para todos. Encontramos no projeto favela 3D da Gerando Falcoes mais que esperança, a verdade possibilidade de melhorar a vida de 80% das favelas do Brasil - que são pequenas, tem até 500 famílias. Nosso compromisso é investir e dar visibilidade à transformação da Favela do Haiti para mostrar para as empresas e entidades brasileiras que juntos é possível mudar para melhor.", destaca Roberta.

Durante a coletiva, um dos destaques foram as entregas das melhorias nas casas de moradores da comunidade. Entre as ações estão as instalações de piso, azulejo, portas e janelas, pintura de paredes e fachadas, construções de alvenaria e telhado, reformas hidráulicas, reparos internos das moradias, entre outros. Edu Lyra, fundador e presidente da ONG Gerando Falcões, acompanha de perto a evolução do projeto e ressalta o impacto na vida das pessoas que moram no local:

“Há dois anos que a gente vem trabalhando intensamente em favelas para criar esse modelo do Favela 3D. A gente acredita que o contrário de pobreza não é riqueza, mas sim, dignidade. Dignidade é todo mundo ter acesso à infraestrutura básica, água encanada, saneamento, iluminação, Wi-Fi, uma casa digna para viver, creche, escola, capacitação, emprego e renda. Nessa parceria com o The Town, a gente trouxe a primeira favela da cidade de São Paulo a fazer parte do Favela 3D, a Favela do Haiti. Com isso, temos a chance de fazer uma coisa inédita em uma das maiores cidades do planeta Terra e provar que a gente, como sociedade, pode vencer a pobreza, pode deixá-la para trás e construir uma situação de dignidade nas favelas”.

Também presente no local, o Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, destacou o apoio da Prefeitura e a potência da união das marcas. “Essa ação é o exemplo de como poder público, iniciativa privada e sociedade civil podem unir forças em benefício das pessoas que mais precisam. Quando se tem um propósito comum e cada um se empenha para fazer o melhor, as coisas realmente acontecem!”, enfatizou o prefeito que também agradeceu a parceria: “Quero deixar um agradecimento muito especial ao The Town por escolher, acreditar e investir na nossa cidade e fazer a diferença na vida de tantas famílias. Estamos juntos!”.

Parceira do projeto, a Gerdau, reforçou o compromisso da marca de ser parte das soluções aos desafios da sociedade, como o déficit habitacional. “Estamos muito felizes em ver a evolução desse projeto, que impactará de forma transversal e positiva a vida de 290 famílias que moram na Favela do Haiti. Essa iniciativa reforça o compromisso da Gerdau de impactar positivamente as regiões em que está presente e deixar um legado para a população, contribuindo em frentes como habitação e educação”, afirma Pedro Torres, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Gerdau.

Já a Fundação Grupo Volkswagen destacou a relevância das ações de mobilidade social e urbana e a conexão do projeto com a estratégia ESG do Grupo. “Para nós da Fundação Grupo Volkswagen, é uma grande satisfação apoiar o Favela 3D, um projeto que está ligado ao compromisso de mobilidade e agenda ESG da nossa marca. Como uma empresa que oferece soluções em mobilidade, temos um papel fundamental na reestruturação que está sendo feita na Favela do Haiti, que dará aos moradores maior facilidade, conforto e segurança para transitar na comunidade, e também com o desenvolvimento social do país ao estimular o empreendedorismo, a empregabilidade e capacitar os moradores”, afirma Rodrigo Capuruço, Conselheiro da Fundação Grupo Volkswagen e CEO da Volkswagen Financial Services.

F872EF08-BA05-432C-9879-CAD6DF4D743A
Roberto Medina com os moradores da favela do Haiti, em São Paulo. (Foto: Divulgação)

Com um olhar voltado para os moradores, o Vozes das Periferias ressalta a importância de fazer parte de um projeto como este. “Feliz de ver a transformação que a gente está começando aqui, junto com The Town, a comunidade e com a comissão de moradores. Mais feliz ainda de marcar o início da transformação da Praça Central, acho que esse é um grande passo. Fizemos um esforço enorme para construir esse projeto em duas semanas, ele vai ficar lindo, maravilhoso. É um início forte, estamos colocando muita velocidade para entregar essa praça.” comentou Cesar Gouveia, CEO do Vozes das Periferias.

Antes da coletiva, dois convidados ilustres puderam conhecer de perto o Favela 3D e como o projeto vai impactar diretamente a vida dos moradores do local. Eles caminharam pela favela e conheceram as casas já entregues pelo projeto, assim como parte da obra em execução. “Estou muito feliz de estar perto disso tudo, de ver que é possível e que é real. E eu tenho certeza de que isso é inspiração para outras ações e que venham outras mais. Espero que as pessoas se sintam tocadas por esse gesto tão forte que está acontecendo aqui hoje. Eu só tenho a agradecer” afirmou o cantor e rapper Criolo. Já Ludmilla, uma das maiores cantoras da atualidade, destacou: “estou muito feliz que o festival me chamou para fazer parte disso, porque eu sempre quis fazer parte dessas ações sociais, mas eu não sabia como. Até que eu encontrei o Roberto Medina, que é um cara super engajado nessa causa. Eu acho que é isso que vai fazer toda a diferença. Olha quanta criança tem aqui, quantas vidas vão mudar. Estou muito feliz de estar aqui hoje e quero que mais pessoas se inspirem através desse projeto. Que esse seja só o começo do Favela 3D”.

“A Sabesp tem trabalhado de forma integrada com todos os parceiros na elaboração do projeto para implantação de saneamento básico na Favela do Haiti. Também doamos hidrômetros e equipamentos para medições, além de caixas d´água para os imóveis. A Companhia será sempre parceira de projetos, que como este, ajudam a transformar a vida de cada morador, com mais saúde, qualidade e dignidade”, afirmou Virgínia Tavares Ribeiro, superintendente de Sustentabilidade e Governança Corporativa da Sabesp.

Etapa de diagnóstico e planejamento foi fundamental para levantar as prioridades das ações que estão sendo realizadas

Logo no início do projeto ficou constatado que 9% dos domicílios não possuem banheiros, 29% dos domicílios possuem perigo de incêndio ou curto-circuito ou materiais inapropriados, além de 47% terem problemas de mofo e ventilação. A análise também mostrou que 17% das pessoas estão em situação de desemprego e buscam uma oportunidade de emprego e que 32% dos moradores são analfabetos.

Todo o projeto é realizado em conjunto com os moradores e a perspectiva é que em dezembro de 2024 já esteja concluído. Alguns dos cenários e das metas do Favela 3D na Favela do Haiti são:

Desenvolvimento Social:

Cenário:
- 32% da população é não alfabetizada.
- 1 a cada 5 crianças não estão na escola ou creche.
- 1 a cada 20 famílias não tem acesso à internet.

Resultados esperados:
- 290 famílias acompanhadas pelo programa decolagem.
- 100% do território com acesso à internet.
- 100% das crianças matriculadas em creches ou escolas.
- 100% da população alfabetizada.

Geração de Renda:

Cenário:
- 38% da população está em situação de desemprego

Resultados esperados:

- Zerar o desemprego para pessoas disponíveis (por meio de aceleração de empreendedores, trilhas de capacitação profissional e conexão com vagas de emprego)
- Combate à evasão escolar e inserção dos jovens no mercado com a formação de 52 jovens no projeto Jovem do Futuro

Urbanismo e Moradia:

Cenário:
- 97% das casas não possuem acesso regular a água
- 78% das casas possuem problema de ventilação/mofo e ligações elétricas com perigo de incêndio.
- 66% das casas são feitas de tijolo com revestimento. Enquanto 22% são feitas de tijolo sem revestimento e 8% são de madeira aproveitada. Além disso, 9% das casas não possuem banheiro exclusivo.

Resultados esperados:

- 100% das famílias com abastecimento de água (por meio de uma parceria com a Biosaneamento e a SABESP, onde iremos instalar caixas d’água para abastecimento do território até agosto e fazer a ligação delas com a rede regular de distribuição de água a partir de setembro)
- 115 Melhorias habitacionais e fachadas
- Construção de 21 sobrados sustentáveis

Um dos programas que será implementado é o Urbanismo Tático. Este é um modelo de intervenção no espaço urbano que busca respostas rápidas a problemas relacionados a espaço público, que supostamente exigiriam um processo longo e burocrático por parte do Estado para serem solucionados. Este modo de intervir consiste em ações pontuais de pequena escala que visam mudança de comportamento e de cultura a longo prazo.

Entre as novidades também está o Jovem do Futuro, que promoverá cursos para aperfeiçoamento de competências socioemocionais e técnicas com foco de preparação de jovens de 16 a 20 anos para o mercado de trabalho, que serão realizados em parceria com empresas e organizações locais. O objetivo será combater a evasão escolar e o trabalho infantil por meio da inserção dos jovens no mercado de trabalho e da garantia de que todos estão matriculados e frequentando escola. Já o Investimento Semente será um programa de investimento de até R$ 5.000,00 para implementação e reestruturação de negócios com o objetivo de desenvolver capital para investimento no empreendimento tais como capital de giro, fluxo de caixa, materiais e insumos. Outra ação é o Aceleração de Empreendedores, que vai apoiar os empreendedores no crescimento dos negócios oferecendo suporte e capacitação para moradores que já empreendem ou querem começar suas empresas, além de apoiar a regularização dos empreendimentos. O Rede Favela, outro programa criado para o projeto, vai visar a formação de lideranças comunitárias para fazer a gestão do território e manter a comunidade engajada.

Já o chamado Programa Decolagem constrói trilhas individualizadas de superação da pobreza para cada família, fomentando a autonomia das pessoas no processo de transformação. As famílias são atendidas em todas as suas complexidades. É realizado um acompanhamento familiar regular, seguindo uma metodologia também multidisciplinar e intersetorial, que viabiliza a emancipação da pobreza. Uma equipe profissional com atendimento técnico especializado é responsável por promover encaminhamentos das famílias para diferentes setores (público, Terceiro Setor e iniciativa privada) com ações em diversas áreas, como educação, renda, moradia, entre outras. Unindo gestão humana e tecnologia, por meio de levantamento de dados e acompanhamento frequente, o Programa Decolagem é o primeiro programa de graduação da pobreza urbana do mundo, focado em favelas, com monitoramento em tempo real, que traz maior assertividade na tomada de decisão, influenciando as políticas públicas de combate à pobreza e ações intersetoriais. Outro programa será o Participação Social, que garante que as organizações parceiras e os moradores da Favela do Haiti sejam envolvidos em todos os processos do projeto.