Brasil pode salvar do desperdício 600 mil toneladas de alimentos, aponta estudo

Empresas como a Connecting Food criam estratégias de redistribuição desse excedente para ações de combate à fome.

top-view-mix-vegetables-cutting-board-bowl-with-copy-spaceEmpresas como a Connecting Food criam estratégias de redistribuição desse excedente para ações de combate à fome. (Foto: Freepik)

Um estudo inédito, realizado pelo Movimento Todos à Mesa com liderança técnica da Connecting Food, primeira foodtech brasileira de impacto social especializada em conectar alimentos que seriam descartados por empresas para OSCs, apontou que as doações representam menos de 1% do total de alimentos desperdiçados no país – abaixo dos níveis de países vizinhos. No entanto, com ações adequadas de redistribuição de excedentes, o volume redistribuído hoje pode crescer em até 3 vezes, podendo chegar a 600 mil toneladas por ano.

"A sociedade um papel crucial na luta contra o desperdício de alimentos. E uma das principais forças, com a qual também se pode enfrentar a fome, são as doações de excedentes. No entanto, no Brasil, a questão das doações de alimentos envolve fatores complexos que precisam ser otimizados, como os requisitos regulatórios. De qualquer forma, já conseguimos dar importantes passos para viabilizar essa prática e alguns outros caminhos também podem ser efetivos, como a utilização da tecnologia e de outras ferramentas disponíveis, para que as empresas do setor consigam mapear e mitigar as fontes das suas perdas”, reforça Alcione Pereira, CEO e fundadora da Connecting Food.

Dados do IBGE apontam, mencionados no estudo, apontam que mais de 20 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar grave e moderada, o que representa 10% da população. o cruzar o desperdício reaproveitável com as áreas de maior vulnerabilidade, o estudo torna visível as oportunidades para o aumento de doações, uma vez que a fome está concentrada nas grandes cidades, assim como o desperdício reaproveitável de alimentos.

“Para superar as dificuldades e mudar esse cenário, é preciso uma abordagem colaborativa, multissetorial entre o governo, as empresas, as organizações não governamentais e a sociedade civil. Felizmente, já existem diversas companhias, foodtechs e movimentos liderando essa empreitada, mas ainda se faz necessária a implementação de políticas mais claras, o investimento em infraestrutura logística e a promoção de uma cultura de doação para que essa prática seja mais eficaz. Não só no dia 29 de setembro como todos os outros dias, devemos unir esforços nessa causa e fazer a diferença", enfatiza a CEO.