Danone aposta na agricultura regenerativa para produção sustentável de leite

Empresa lidera debate sobre o tema, juntando universitários e empreendedores, para trata sobre produção positiva ao meio ambiente neutralidade de carbono no setor de alimentos em projeto de aceleração de startups.

Fotos grátis de VidroCompanhia foca em ações propositvas para o incentivo da sustentabilidade no campo. (Foto: Pixabay)


Para transformar o sistema alimentar e propagar práticas mais sustentáveis, a Danone está investindo em uma agenda robusta para dialogar com toda a sociedade sobre o impacto socioambiental positivo que pode ser gerado por meio de estratégias inovadoras que vão desde a produção até a distribuição dos alimentos. A companhia, que foi a primeira grande indústria de alimentos e bebidas, no Brasil, a ser certificada como Empresa B Corp, por fomentar e coconstruir um sistema econômico mais equitativo, regenerativo e inclusivo para as pessoas e para o planeta, uniu forças com a iniciativa All 4 Food para apresentar toda sua expertise à acadêmicos e empreendedores interessados em desenvolver e acelerar startups e novos projetos. A terceira edição do programa segue o tema “Smart Food Supply Chain, Conexões da Porteira pra Fora” e conta com uma série de palestras que estão sendo transmitidas por meio das redes sociais.

A parceria é uma iniciativa do Centro de Estudos das Organizações - CORS/NAP-USP, que tem como objetivo incentivar a conexão entre universidades e empresas renomadas do ecossistema de alimentos. Neste ciclo do projeto, a Danone faz contribuições sobre o tema: "agricultura regenerativa rumo à neutralidade de carbono em 2050". A ideia é despertar o interesse da comunidade acadêmica para novos sistemas alimentares e sua relevância para estratégias de combate às mudanças climáticas e neutralidade de carbono.

Em todo o mundo, a agricultura regenerativa vem se revelando uma forte tendência, com soluções inovadoras capazes de compensar ou neutralizar as emissões de carbono, restaurar a biodiversidade local e regenerar o solo, garantindo sistemas agroalimentares resilientes para alimentar as próximas gerações, enquanto empodera e beneficia pequenos produtores por meio dos ganhos econômicos e de produtividade.

“Compartilhar conhecimento é somar forças à nossa missão de levar saúde por meio da alimentação ao maior número de pessoas possível, ao mesmo tempo em que geramos impacto positivo e progresso à sociedade e ao meio ambiente. Temos muito orgulho de mostrar que é possível desenvolver negócios e projetos de sucesso tendo a sustentabilidade como um dos pilares das organizações”, afirma Henrique Borges, diretor de Compras de Leite da Danone Brasil, em palestra concedida no evento.

 Na ocasião, Borges apresentou o Projeto Flora, uma das principais iniciativas de agricultura regenerativa da empresa, que vem reestruturando fazendas por meio do sistema silvipastoril – uma técnica que conta com o reflorestamento dos locais e a criação livre dos animais. Um dos principais resultados desta prática é a melhora significativa no bem-estar animal, que é um dos principais pilares da agricultura regenerativa e um compromisso da Danone em todas as fazendas leiteiras que fazem parte de sua cadeia de suprimentos no Brasil.

Outro ganho, é a produção de um leite mais sustentável e saudável. A técnica pode aumentar em até 60% a produtividade de leite e ainda ter um impacto positivo no combate à emissão de gases de efeito estufa: uma pesquisa recente da Embrapa Gado de Leite (MG), em parceria com o Departamento de Zoologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mostra que o temperamento e a saúde das vacas podem interferir na quantidade de gás metano entérico, um dos principais causadores do efeito estufa. Ainda, de acordo com o estudo, os animais estressados chegam a emitir quase 40% a mais de metano por quilo de leite em comparação aos que vivem em situação de maior bem-estar.

A iniciativa já foi totalmente implementada em uma fazenda de Minas Gerais e, até o final de 2023, deve ocupar ao menos 38 propriedades. Entre outros benefícios notados pela operação estão: redução de erosões no solo, aumento da ciclagem dos nutrientes e da água, aumento do estoque de carbono, aumento da diversidade de micro e macrorganismos, além de conforto térmico e liberdade para os animais, incluindo o monitoramento constante da saúde deles.